Confederações da Indústria, Comércio e Serviço não vão assinar carta da Fiesp em defesa da democracia
No manifesto, que será publicado no dia 11 de agosto, as entidades empresariais vão defender o compromisso com o Estado democrático de direito como condição indispensável para o desenvolvimento do País
Da Estadão Conteúdo
Na contramão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as confederações da Indústria (CNI), do Comércio (CNC) e dos Serviços (CNS) decidiram não assinar o manifesto em defesa da democracia. Procurada pelo Estadão, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) não se manifestou.
No manifesto, que será publicado no dia 11 de agosto, as entidades empresariais vão defender o compromisso com o Estado democrático de direito como condição indispensável para o desenvolvimento do País. A Federação do Comércio de São Paulo aderiu ao movimento.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) também divulgou que assinará o documento que está sendo elaborado pela Fiesp, mas Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, bancos públicos que tem como controlador o governo federal, não endossaram o apoio.
O movimento se junta à Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Ao Estadão, a CNC afirma que respeita a livre manifestação democrática, mas entende não ser o caso de subscrever a referida carta. A entidade, que é uma das maiores do País, afirma que pauta sua atuação tendo como base o trinômio " segurança jurídica, livre mercado e democracia", princípios fundamentais para a economia e o País.
"Desde o início da atual gestão, em 2018, a entidade já vem manifestando esse posicionamento em diversas ocasiões, como nas entregas do documento com as recomendações do comércio de bens, serviços e turismo aos pré-candidatos à Presidência da República, realizadas recentemente", afirma.
O presidente da CNS, Luigi Nese, disse que "por enquanto" não existe nenhuma prova de que alguém quer minar a democracia. "Não tem nada de assinar um documento por uma algo que não existe", ressaltou. Para eles, todos os candidatos defendem a democracia. "Não sei quem é culpado. Defendemos a Constituição. Até agora a Constituição foi respaldada", justificou.
A Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) disse que não recebeu o convite para assinar nenhum dos manifestos. Essa é uma das inúmeras entidades representativas do setor de serviços.