Coro a favor de Marília Arraes no ato público de Lula no Grande Recife aumenta constrangimento da Frente Popular

Passagem do ex-presidente Lula em Pernambuco acabou se transformando em saia justa para a candidatura de Danilo Cabral e o governo do Estado
Adriana Guarda
Mirella Araújo
Publicado em 21/07/2022 às 18:15
Ato no Classic Hall, em Olinda, encerra passagem do presidente Lula em Pernambuco Foto: Mirella Araújo/JC


Se a expectativa da Frente Popular era pelas vaias, o coro a favor de Marília Arraes (SD) logo na abertura do ato público do ex-presidente Lula no Classic Hall foi pior do que o repúdio de parte do público ao candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB). Ao levante pró-Marília também se seguiram as vaias a socialistas, que se tornaram constantes durante a passagem de Lula pelo Estado. 

As vaias começaram depois que a representante do movimento LGBTQI+, Rivania Rodrigues, citou a chapa completa. Ao falar o nome de Danilo, um grupo começou a vaiar e levantar o coro em apoio a Marília

O boicote a Danilo também apareceu nos discursos. Uma das estratégias foi o silêncio, como fez a presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do estado de Pernambuco (Fetape), Cícera Nunes, que evitou citar a chapa do PSB em seu discurso. Ela disse apenas que: "Quem vota em Lula, vota onde Lula está, e quem é Lula vai fazer o que tiver que ser feito em nosso Estado. Companheirada, vamos a luta", concluiu. 

Veja o ato público de Lula no Grande Recife

A ausência do nome do candidato da Frente Popular aconteceu mesmo com a tentativa que ele tem feito de articular várias pautas com a Fetape. 

Durante os primeiros discursos, todas as vezes que citavam Danilo, Marília era ovacionada. 

Danilo Cabral chamado de golpista em ato de Lula

A tão aguardada visita do ex-presidente Lula a Pernambuco para ajudar a alavancar a candidatura de Danilo Cabral acabou se transformando em uma prova de resistência à 'pedrada' para o pré-candidato ao governo do Estado.

O corpo a corpo como povo, ao lado de Lula, seria a chance de conquistar votos e um termômetro de sua popularidade. Mas nem tendo Lula como 'escudo' foi possível evitar os ataques.

Os ataques de 'Danilo golpista' constrangeram mais uma vez. O público fez referência ao voto favorável do então deputado ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Sentado no palanque, ele abria um sorriso sem graça e olhava vez ou outra para o celular.

Recentemente, Danilo Cabral falou sobre o assunto em uma sabatina do UOL com os pré-candidatos ao governo de Pernambuco.

"Essa é uma questão completamente superada. O PSB já externou publicamente, a direção nacional inclusive, que houve, sim, um erro, um equívoco histórico do PSB na condução do processo de impeachment", reconheceu.

Na época do impeachment, Danilo foi exonerado do cargo de secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco para retornar à Câmara dos Deputados e votar pela saída de Dilma da Presidência da República. Os ataques de golpistas fizeram referência a esse momento da trajetória política do pré-candidato.

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