ELEIÇÕES 2022

João Arnaldo não aceita concessões de serviços essenciais, mas não rejeita iniciativa privada

Ex-superintendente do Ibama, advogado popular e socioambientalista, João Arnaldo (PSOL) fechou a série de sabatinas da Rádio Jornal com os candidatos ao Governo de Pernambuco

Augusto Tenório
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Augusto Tenório
Publicado em 12/08/2022 às 14:26 | Atualizado em 12/08/2022 às 14:33
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Candidatos ao Governo de Pernambuco - Entrevista na Rádio Jornal do candidato ao Governo de PE João Arnaldo. - FOTO: GUGA MATOS/JC IMAGEM
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Ex-superintendente do Ibama, advogado popular e socioambientalista, João Arnaldo (PSOL) fechou a série de sabatinas da Rádio Jornal com os candidatos ao Governo de Pernambuco. Ele foi vice de Marília Arraes na disputa pela Prefeitura do Recife, em 2020.

A temática das privatizações e concessões, em pauta nas eleições deste ano, foi assunto da entrevista. O candidato, apesar de ser filiado a uma legenda que pertence a um campo mais à esquerda que o PT, não se posicionou categoricamente contra acordos com a iniciativa privada.

"Temos que quebrar tabus, não é sobre ser contra ou a favor, mas perguntar o que, pra que e pra quem! Às vezes, uma PPP ou concessão é feita para eternizar um amigo na gestão pública. É como colocar um amigo fazendo gestão", criticou João Arnaldo.

Apesar disso, o advogado afirma que a ideia da Parceria Público-Privada é um modelo interessante. Mas ele questiona a lógica financeira, da necessidade do lucro, serviços essenciais, adquiridos por direito pela população.

"A lógica de tratar casa, transporte e água faz esses itens ficarem escassos", diz. Ele critica o discurso de privatização da Compesa, afirmando que a empresa foi estrategicamente sucateada. "Temos empresas públicas de excelência no Brasil. As que não são, é porque houve uma decisão política de não ser", completa.

João Arnaldo se posicionou contra a concessão em qualquer serviço público, mas disse concordar com a concessão de novos serviços quando não há recursos para sua implementação. 

Interiorização

Natural de Salgueiro, João Arnaldo afirmou que o serviço Tratamento Fora de Domicílio (TFD) foi transformado numa indústria financeira. Nessa lógica, doentes do interior são transportados em ônibus e ficam em casas alugadas na Região Metropolitana do Recife.

João Arnaldo ainda afirma que falta prevenção na saúde pública e propõe que o Governo de Estado equipe todos os postos de saúde com equipamentos básicos para realização, também, de exames periódicos. Além disso, pretende marcar preventivamente exames para pessoas que não realizam exames preventivos.

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Candidatos ao Governo de Pernambuco - Entrevista na Rádio Jornal do candidato ao Governo de PE João Arnaldo. - GUGA MATOS/JC IMAGEM

"Vamos reduzir em 70% as doenças e vamos criar hospitais de alta e média complexidade em todas as cidade-polo do interior de Pernambuco. Isso fará uma revolução na Saúde e vamos economizar valores", afirma.

Questionado sobre o valor do projeto, João Arnaldo não apontou o valor a ser investido para esse projeto. Mas afirma que o plano de prevenção custa 35% menos, no decorrer de cinco anos, que o custo do sistema atual.

Para o desenvolvimento regional, João Arnaldo propõe um planejamento territorial, com divisão por territórios com características econômicas própria. Nesse sentido, o candidato quer resgatar a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco - CONDEPE/FIDEM.

"Defendemos que o Condepe tenha um escritório em cada microrregião, com equipe voltada para o planejamento e implementação de conselhos participativos para cada local", argumenta João Arnaldo.

João Arnaldo propõe contratos fixos para manutenção

O candidato criticou a gestão do PSB por falta de investimento em obras como a adutora de Salgueiro, assim como falta de manutenção. Para evitar mais gastos, propõe contratos fixos e permanentes para manutenção da estrutura fixa, seja para estradas e tubulações.

Ele argumenta que, com a devida manutenção, o gasto com rodovias pode ser reduzido em 60%. "A verba que Pernambuco possui para estradas é suficiente para manter as estaduais com qualidade permanente", disse João Arnaldo.

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