Alvo recorrente de críticas da oposição, presidente da Compesa diz que é contra privatização: 'somos referência'
De acordo com Manuela Marinho, o setor privado não terá um olhar atencioso sobre municípios que precisam de investimento, mas não dão retorno
Desde a pré-campanha eleitoral deste ano, a atuação da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a ausência de água nas torneiras de parcela significativa das casas do Estado mostraram-se pautas prioritárias de vários candidatos a governador de oposição. Alguns deles, inclusive, têm defendido a privatização da estatal como uma forma de melhorar os serviços e o atendimento à população, mas a ideia divide opiniões.
A atual presidente da companhia, Manuela Marinho, por exemplo, diz ser contra a iniciativa. "Precisamos ter uma empresa genuinamente pernambucana. O povo pernambucano é muito orgulhoso do que tem. A Compesa cresceu uma visão de política pública. Hoje, somos uma das maiores companhias do país e somos referência em vários segmentos", afirmou a gestora, durante entrevista ao programa Cidade em Foco, da Rede Pernambuco de Rádios.
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De acordo com Manuela, caso a Compesa se tornasse uma empresa privada, os investimentos que hoje são feitos pela estatal não existiriam mais.
"A gente defende que o controle fique com o Estado porque a gente precisa ter um olhar social, se não, o setor privado nunca vai olhar aquele município que precisa de muito investimento, mas não dará retorno. O Estado investe porque tem obrigação e, porque sabe do dever de levar água para qualquer pernambucano, esteja ele onde estiver", observou a presidente.
Propostas
Um dos maiores entusiastas da concessão da Compesa à iniciativa privada é o candidato do União Brasil ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho. Sua proposta é que a empresa continue existindo, mas que a distribuição de água e o tratamento de esgoto sejam concedidos.
"Isso vai capitalizar o estado, a outorga é de mais de R$ 12 bilhões, o que entra no caixa do estado para financiar cinco novos hospitais, oito novas maternidades, as duplicações das estradas e, nos próximos 4 anos, acabar com o rodízio e racionamento de água", defendeu, durante sabatina na Rádio Jornal, no último dia 12.
No dia anterior (11), Raquel Lyra (PSDB) afirmou que o acesso à água será prioridade em um eventual governo seu. A tucana se comprometeu a realizar amplos investimentos em uma nova rede de distribuição e defendeu parcerias com a iniciativa privada, seja por meio de concessão ou terceirização.
Anderson Ferreira (PL), por sua vez, vem criticando a atuação do Estado frente à Compesa e prometendo "abrir a caixa preta" da estatal caso seja eleito. O liberal afirma que só poderá planejar ações para a empresa após estar a par de como ela está por dentro.