O Conselho Político da Frente Popular de Pernambuco, se reuniu nesta quinta-feira (4), para apresentar o programa de governo da chapa liderada pelo pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB). Entre os conselheiros que participaram do encontro, chamou atenção a presença do presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte.
A leitura é de que o entendimento para que o partido Progressista seja mantido dentro do arco de alianças esteja bem encaminhado. No entanto, tem crescido os rumores de que o PP possa lançar um candidato próprio para o Senado.
O ponto de partida para essa possibilidade foi a decisão do presidente nacional da sigla, Cláudio Cajado, que informou por nota, na última terça-feira (2), que o PP não fará coligação com o PT em nenhum estado do país. Ele também reafirmou o apoio do partido à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em Pernambuco, a chapa majoritária conta com a deputada estadual Teresa Leitão (PT) como pré-candidata ao Senado, e Luciana Santos (PCdoB) como pré-candidata a vice . Além disso, Eduardo da Fonte sempre deixou claro seu posicionamento a favor da candidatura de Lula ao Palácio do Planalto.
Mas, uma liderança do PP, confidenciou sob reserva, que a legenda estaria preparando um quadro com perfil técnico e que também consiga fazer articulação política para “puxar o partido para cima”. “Seria como se Danilo pudesse ter dois candidatos ao Senado”, declarou.
O que estaria totalmente descartado são as chances de o PP vir apoiar outro palanque oficialmente, que neste caso, seria o da candidata a governadora de Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), conforme já tinha sido ensaiado anteriormente. Também já teria sido desfeito, o apoio prévio que Eduardo deu à candidatura do deputado federal André de Paula (PSB) para a Casa Alta.
"Extraoficialmente, a gente sabe que dentro do PP, cada candidato a deputado está livre para apoiar o candidato que quiser. Temos vários candidatos bolsonaristas que vão estar com o ex-prefeito Anderson Ferreira (PL), mas oficialmente o partido vai estar coligado com a Frente Popular", afirmou outra fonte ligada ao partido, também em reserva.
Procurado pela reportagem, Eduardo da Fonte não retornou as tentativas de contato. Já o vice-presidente do PP em Pernambuco, o pré-candidato a deputado federal Lula da Fonte, filho do parlamentar, disse apenas que o partido “não fará nada para afrontar a nacional”.
“Estamos 100% com Danilo Cabral. Vamos realizar nossa convenção e fazer tudo de maneira organizada. Qualquer decisão será tomada com a Executiva. Nós vamos coligar com Danilo”, disse Lula da Fonte.
O evento do PP foi marcado, inclusive, para ocorrer uma hora antes da convenção do PSB, prevista para ser iniciada às 15h, no Clube Português - tudo teria sido feito de forma coordenada com a Frente Popular, o que indica que a ideia de terem um candidato próprio para o Senado não prospere.
O presidente do PT de Pernambuco, Doriel Barros, que também participou da reunião do Conselho Político, comentou sobre a decisão do Diretório Nacional do PP em não fazer coligações estaduais com o PT.
Na visão do dirigente, a aliança que está sendo firmada em Pernambuco é da Frente Popular. “Essa questão da coligação seria algo específico com o PT, mas nesse caso aqui de Pernambuco, é uma aliança com os partidos que compõem a Frente Popular com a majoritária. E a majoritária é do PSB para o governo. Creio que isso não vai trazer nenhuma dificuldade”, disse Doriel.
Também participaram da reunião, o governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, João Campos, os presidentes de partido Sileno Guedes (PSB), Marcelino Granja (PCdoB), Doriel Barros (PT), Raul Henry (MDB), Eduardo da Fonte e Lula da Fonte (PP), Silvio Costa Filho (Republicanos), Wolney Queiroz (PDT), Clodoaldo Magalhães (PV) e Bruno Rodrigues (Pros); bem como o primeiro suplente do Senado, Silvio Costa, e os coordenadores Nilton Mota e Zé Neto.