Com Estadão Conteúdo
Após mudar a sua política de diretrizes, o YouTube, plataforma de vídeos pertencente ao Google, tirou do ar, nessa quarta-feira (10), vídeo no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve reunido com diplomatas, atacando o sistema democrático brasileiro. A plataforma também derrubou vídeos que questionavam a circunstância da facada sofrida por ele em 2018.
Em nota, o YouTube disse que a "política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O discurso de ódio não é permitido no YouTube, e removeremos material sobre o esfaqueamento de Jair Bolsonaro que viole esta política se não fornecer contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio".
Já sobre o vídeo com os diplomatas, a plataforma esclareceu que "a política de integridade eleitoral do YouTube proíbe conteúdo com informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados. Essa diretriz agora também se aplica às eleições presidenciais brasileiras de 2014, além do pleito de 2018".
Antes, as regras do YouTube se restringiam à desinformação relacionada apenas as eleições de 2018.
No mesmo dia da remoção, a Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente por propaganda antecipada e negativa na reunião com embaixadores estrangeiros. O evento, que aconteceu no mês passado, foi marcado por ataques infundados de Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação.
O vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, pede que vídeos do discurso de Bolsonaro sejam excluídos das redes sociais e que o presidente seja multado pelo discurso em que voltou a colocar sob suspeita a segurança das urnas.
A reunião com os diplomatas foi organizada no Palácio da Alvorada e transmitida ao vivo pela TV Brasil e pelas redes sociais do presidente. O YouTube já removeu a gravação.
A manifestação da PGE diz que o presidente espalhou notícias falsas sobre o sistema eleitoral. Essa é a primeira manifestação da PGE sobre as investidas de Bolsonaro.