Encerra-se no próximo dia 18 de setembro, a quinze dias da eleição, o chamado "jejum de Daniel", proclamado pela Igreja Universal do Reino de Deus. Trata-se de um isolamento de fiéis que, durante período de 21 dias, se desprendem de conteúdos não-religiosos em busca de "conexão espiritual". Neste ano, a convocação aconteceu em meio às notícias de um possível distanciamento entre o Bispo Edir Macedo e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O "jejum de Daniel" é um evento anual e costuma ser convocado pela Igreja Universal do Reino de Deus no primeiro semestre. Neste ano, a Iurd classificou o evento como "diferente de todos os outros", mas sem justificar os motivos. Dessa forma, o isolamento digital dos fiéis aconteceu durante 45% da campanha eleitoral oficial e 60% do período de guia eleitoral na TV e no Rádio.
Durante um período de 21 dias, a recomendação foi a cessão do consumo de "entretenimento, músicas e notícias seculares", seja nas redes sociais, na televisão ou outros meios. O bolsonarismo, sabe-se, aposta na comunicação digital para alavancar suas bandeiras e criticar adversários.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, em tempo, indica avanço de Lula (PT) sobre o eleitorado evangélico. O petista diminuiu em cinco pontos percentuais sua desvantagem com relação a Bolsonaro (PL) nesse segmento. O petista cresceu 4% e o incumbente oscilou 1% para baixo, a despeito da recente campanha do segmento contra sua candidatura.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a Igreja Universal contava com quase 2 milhões de fiéis. Segundo site da Record, emissora de Edir Macedo, esse braço evangélico conta com mais de 7 milhões de seguidores e quase 9 mil templos no Brasil, segundo dados de 2020.
De acordo com o The Intercept, Edir Macedo se prepara para um desembarque do bolsonarismo. O bispo, diante de uma possível vitória de Lula, estaria se posicionando de maneira a não mais comprar briga direta com o petista num eventual segundo turno.
O líder religioso estaria preocupado com possíveis represálias à Record, emissora que se beneficiou com verbas do Governo Federal nos primeiros anos da gestão de Bolsonaro, mas que perdeu espaço neste ano de eleição. Edir Macedo já foi aliado de Lula e também de Dilma Rousseff (PT), mas foi no Governo Bolsonaro que ele exerceu mais influência.
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