ELEIÇÕES 2022

De olho no segundo turno, artilharia marilista mira Raquel Lyra

De olho num eventual segundo turno, perfis apócrifos defensores de Marília Arraes (Solidariedade) concentram críticas a Raquel Lyra (PSDB)

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Augusto Tenório

Publicado em 22/09/2022 às 16:50 | Atualizado em 23/09/2022 às 11:23
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De olho num eventual segundo turno, perfis apócrifos defensores de Marília Arraes (Solidariedade) concentram críticas a Raquel Lyra (PSDB). A tucana, de acordo com a pesquisa Ipec divulgada nessa quarta-feira (21), é a candidata com mais chances de derrotar a líder de intenção de voto num eventual segundo turno da disputa pelo Governo de Pernambuco.

No Instagram (@mariliaarraesdebochada) e no Twitter (@arraes_marilia), o perfil Marília Arraes Debochada vem concentrando carga em Raquel Lyra. Uma das apostas é a associação da ex-prefeita de Caruaru ao PSB de Danilo Cabral, seu rival na corrida pelo Palácio Campo das Princesas, e do governador Paulo Câmara.

Numa das publicações, um meme afirma que Raquel e sua vice, Priscila Krause (Cidadania), ajudam Danilo Cabral. Isso acontece num momento em que crescem os rumores de que o PSB poderia apoiar, de maneira velada, a tucana num segundo turno contra Marília.

As notícias do apoio não foram bem recebidas pela campanha da tucana. Ouvidos sob reserva, aliados negam conversas para apoio do PSB e indicam que, com ele, também viria a rejeição de Paulo Câmara. O governador tem desaprovação de 68%, segundo pesquisa Simplex.

Em tempo, Priscila Krause fez oposição ferrenha ao Governo Paulo Câmara durante seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Um outro humorístico da página critica a ex-prefeita de Caruaru pelo valor da passagem no município, que pode chegar até R$ 7,50 na Zona Rural. Há também um vídeo mostrando um protesto de ambulantes na 'capital do Agreste' contra a Prefeitura.

A campanha de Raquel Lyra já entrou na Justiça contra a página Marília Arraes Debochada. Em decisão (376 KB) do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, determinou-se a remoção de um conteúdo que criticava a gestão tucana com base uma matéria publicada por este Jornal do Commercio, sobre números de violência de 2015, antes da eleição de Lyra.

Na legenda da publicação, lia-se: "A mistura do PSB de Paulo Câmara com Raquel Lyra (ou seria da Birra?) transformou Caruaru em uma das cidades mais violentas do mundo". Publicação recente, deste mesmo JC, indica melhoria nos indicadores de violência da cidade, em contraste com a situação do Agreste de Pernambuco.

A Justiça, além da remoção da publicação, determinou o fornecimento dos dados das pessoas que administram a página, sob pena de multa de R$ 5 mil.

Clima nas campanhas 

De acordo com a última pesquisa Ipec, Marília derrotaria tanto Raquel quanto Anderson Ferreira (PL), mas o candidato de Bolsonaro ofereceria menos risco de acordo com a intenção de voto captada pelo levantamento.

Ouvidos sob reserva, aliados de Marília confirmam que o cenário ideal de segundo turno seria contra Anderson Ferreira, pois a rejeição de Bolsonaro impediria crescimento do ex-prefeito de Jaboatão. Apesar disso, estão confiantes na vantagem de 25 pontos percentuais, apontada pelo Ipec, numa disputa direta contra a tucana.

Nomes próximos a Raquel Lyra, por sua vez, não gostaram da associação ao PSB, feita pelas publicações nas redes sociais. Eles confiam num crescimento contra a adversária, caso passem para o segundo turno, e apostam na necessidade de debates sobre o estado num confronto direto.

Tanto Marília quanto Raquel já foram do PSB. A deputada federal deixou a legenda em 2016, com críticas incisivas aos colegas, e se filiou ao PT, onde ficou até março deste ano. Raquel ficou no partido também até 2016, quando lhe foi negado espaço para concorrer à Prefeitura de Caruaru. Ela deixou a sigla e venceu a eleição na cidade, sendo reeleita em 2020.

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