O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocaram insultos e acusações de corrupção nesta quinta-feira (29), no debate da TV Globo, o último antes das eleições de domingo, 2 de outubro.
"Ele falar que eu montei quadrilha, se ele se olhasse no espelho, se soubesse o que acontece no seu governo, o que foi a quadrilha da vacina", acusou um irritado Lula, favorito nas pesquisas, ao citar as irregularidades durante a compra de antígenos contra a covid-19.
"Mentiroso, ex-presidiário, traidor da pátria!", devolveu Bolsonaro, ao lembrar dos escândalos de corrupção durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) (2003-2016).
O tradicional debate da TV Globo, geralmente o mais visto antes das eleições, foi o segundo duelo televisivo com a presença dos dois e esperava-se que fosse eletrizante, visto como a última grande oportunidade para ambos os lados de atrair o eleitor indeciso.
Além disso, horas antes do debate, a campanha de Lula ganhou um empurrão com a divulgação da última pesquisa Datafolha, que mantém o ex-presidente com 14 pontos à frente de Bolsonaro.
As expectativas para o debate foram cumpridas.
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Desde o início, sob um formato em que os candidatos se desafiavam com perguntas, Lula e Bolsonaro se engajaram em uma troca de acusações.
"Não minta, é feio que um presidente da República minta a toda hora, descaradamente", disse Lula. "É por isso que em 2 de outubro o povo vai ter mandar de volta para casa".
O presidente Bolsonaro tenta a reeleição, contando principalmente com o voto evangélico e empresarial, mas há meses é superado pelo ex-presidente nas pesquisas.
Segundo a pesquisa do instituto Datafolha, Lula tem 48% das intenções de voto frente a 34% de Bolsonaro. Os dois candidatos subiram um ponto em relação à pesquisa da semana passada.
Considerando apenas os votos válidos (sem brancos e nulos), Lula tem 50% das preferências do eleitorado, porcentagem mínima para conquistar a vitória. Segundo a pesquisa, 85% do eleitorado já decidiu seu voto.
Além do Datafolha, outras pesquisas refletiram a possibilidade de o ex-presidente vencer no primeiro turno. Se nenhum dos candidatos alcançar a porcentagem de 50% mais um voto, a eleição será definida no segundo turno, em 30 de outubro.
Como foi o debate da Globo?
Além de Bolsonaro e Lula, participaram do debate os candidatos Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). O jornalista William Bonner mediou o encontro. A íntegra do debate da Globo está disponível no portal g1.
O debate foi dividido em quatro blocos e teve 3h de duração. O posicionamento dos candidatos no estúdio foi definido por ordem alfabética do primeiro nome. Da esquerda para a direita, estavam Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
William Bonner abriu o debate explicando as regras ao público: o primeiro e o terceiro blocos com temas livres; o segundo e o quarto com temas determinados por sorteio. Ao final do quarto bloco, cada candidato fez suas considerações finais.
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Ciro Gomes abriu o debate perguntando a Luiz Inácio Lula da Silva sobre desigualdade econômica. Em seguida, Padre Kelmon questionou Jair Bolsonaro sobre o auxílio emergencial. Luiz Felipe D’Ávila escolheu Ciro Gomes para debater sobre corrupção no governo PT.
Bolsonaro questionou Simone Tebet sobre o suposto envolvimento de Lula no assassinato de Celso Daniel. Luiz Inácio Lula da Silva perguntou à Soraya Thronicke sobre a fome.
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Pandemia de Covid-19 foi o tema da pergunta de Soraya Thronicke para Padre Kelmon. Encerrando o bloco, Simone Tebet questionou Luiz Felipe D’Ávila sobre saúde.
No segundo bloco, com temas definidos por sorteio, Luiz Felipe D`Ávila perguntou ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva sobre cotas raciais. Mudanças climáticas foi o assunto sorteado para Simone Tebet questionar Jair Bolsonaro. Soraya Thronicke perguntou sobre combate ao racismo a Padre Kelmon. Relação com o Congresso foi o tema sorteado para Jair Bolsonaro fazer sua pergunta ao candidato Luiz Felipe D’Ávila.
Meio ambiente foi o assunto sorteado para Luiz Inácio Lula da Silva questionar Simone Tebet. Para encerrar o bloco, Ciro Gomes perguntou a Soraya Thronicke sobre emprego.
O terceiro bloco, novamente de temas livres, teve início com uma pergunta de Jair Bolsonaro para Luiz Felipe D’Ávila sobre inflação. Em seguida, Padre Kelmon questionou Luiz Inácio Lula da Silva sobre corrupção no governo PT. Depois, Luiz Felipe D’Ávila perguntou a Simone Tebet sobre privatizações.
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Ciro Gomes questionou Jair Bolsonaro sobre corrupção no seu governo e Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a Ciro Gomes sobre seus planos para a cultura.
Soraya Thronicke perguntou a Padre Kelmon sobre as suas propostas para o Brasil. Para encerrar o bloco, Simone Tebet perguntou a Soraya Thronicke sobre educação.
No quarto bloco, William Bonner voltou a sortear os temas das perguntas. Segurança pública foi o assunto da pergunta de Soraya Thronicke ao candidato Jair Bolsonaro. Simone Tebet questionou Luiz Inácio Lula da Silva sobre gastos públicos.
Política cultural foi o tema da pergunta de Jair Bolsonaro para Padre Kelmon. Em seguida, Ciro Gomes perguntou à candidata Soraya Thronicke sobre privatização. Simone Tebet respondeu sobre saúde para Luiz Felipe D’Ávila.
Habitação foi tema da pergunta de Padre Kelmon para Felipe D’Ávila. Encerrando o bloco, Luiz Inácio Lula da Silva perguntou sobre agricultura a Ciro Gomes.
No quinto e último bloco, cada candidato fez as suas considerações finais em um minuto e meio.