PSB não rebate críticas feitas por Raquel Lyra e Marília Arraes durante debate da Fiepe

O governador Paulo Câmara foi duramente criticado pelas duas candidatas
Mirella Araújo
Augusto Tenório
Publicado em 18/10/2022 às 19:44
Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB) vão disputar segundo turno pelo governo de Pernambuco com uma margem de primeiro turno bastante apertada, veja quando sairá primeira pesquisa para o Governo de Pernambuco no 2º turno Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM e GUGA MATOS/JC IMAGEM


O Governo de Pernambuco e o PSB optaram por manter o silêncio sobre as críticas feitas pelas candidatas à governadora Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB), durante o debate promovido pelo Fiepe, na manhã desta terça-feira (18).

Ambos foram procurados pela reportagem, no entanto, não retornaram a tentativa de contato. Com alto índice de rejeição à sua administração, segundo as pesquisas eleitorais, em torno da casa dos 56%, o governador Paulo Câmara (PSB) virou alvo das duas postulantes.

A ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, tentou jogar essa rejeição no colo de sua adversária, que tem o  apoio do PSB, neste segundo turno, mesmo com várias lideranças socialistas fazendo o movimento de adesão ao palanque da tucana. 

"Como fazer Pernambuco mudar? É esse o desafio no segundo turno. No debate vai haver comparação de história, biografia, história e propostas. Fui prefeita e deputada estadual. (...) Não dá pra falar de mudança quando se está no palanque de Paulo Câmara, como a outra candidata está", disparou Raquel Lyra. 

 

Por sua vez, Marília Arraes também criticou os oito anos da gestão de Paulo Câmara, mas relembrou que o ex-governador João Lyra (PSDB), pai de Raquel,  esteve na campanha do atual chefe do Executivo, em 2014.

"Nunca votei em Paulo Câmara, diferente da minha adversária, inclusive quando seu pai era governador e foi crucial para a eleição de Paulo", rebateu a candidata do Solidariedade.

Marília Arraes ainda completou: "time a gente monta, seu time é o time de Bolsonaro e uma boa parte da turma de Paulo Câmara. O meio político sabe que o governador está te ajudando e, quem sabe, foi combinada a declaração de que Paulo subiria no meu palanque, o que nunca subiu, assim como foi combinada a declaração de Teobaldo sobre o voto em você e Lula".

POSICIONAMENTO

Oficialmente o PSB afirmou, por meio de nota,  que estará defendendo o palanque que for apoiado por Lula em Pernambuco, mas até o momento não pediu diretamente votos à candidata do Solidariedade. A Executiva do partido também não demonstra querer intervir na opção dos socialistas que estão declarando voto na candidatura de Raquel Lyra.

Lideranças históricas dentro do partido, como o deputado federal Gonzaga Patriota, vão votar na candidata do PSDB. "Não vejo ninguém melhor do que ela neste momento para governar Pernambuco. Tenho certeza que vamos fazer uma grande parceria, já que estamos em Brasília esse tempo todo, para que Pernambuco dê continuidade ao que tem de bom e para o que precisar ser feito que ela possa contar com o nosso apoio também", afirmou o deputado.

Em sua passagem por Recife, no dia 14 de outubro, Lula esteve com o governador Paulo Câmara e com o ex-candidato da Frente Popular, Danilo Cabral, em um café da manhã no hotel em que esteve hospedado. Os socialistas fizeram questão de registrar o encontro sem citar Marília Arraes também estava no local. 

No entanto, os dois não foram vistos na coletiva de imprensa e nem na caminhada até a Praça do Carmo.
Coube ao prefeito do Recife, João Campos, representar o partido nesta aliança durante o ato público, mas ele também não fez nenhuma declaração em apoio a Marília Arraes, de quem ouviu um agradecimento público sobre sua presença neste segundo turno.

 

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