A campanha de Marília Arraes (Solidariedade) ao Governo de Pernambuco encontra dificuldades para arrecadação de recursos. Após o resultado do primeiro turno colocar-lhe numa disputa direta contra Raquel Lyra (PSDB), a deputada federal recebeu um baixo montante para os gastos eleitorais, se comparado ao valor recebido pela tucana desde então.
De acordo com os dados repassados pela própria campanha à Justiça Eleitoral, a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco recebeu apenas R$ 700 mil desde o primeiro turno, realizado no último dia dois de outubro. Desse valor, R$200 mil foram enviados do fundo especial do Agir 36 e outros R$ 500 mil pelo próprio Solidariedade.
No primeiro turno, a campanha de Marília Arraes arrecadou R$ 10.5 milhões. Trata-se de valor próximo ao limite estabelecido pelo Tribunal Regional Eleitoral para campanhas ao Governo de Pernambuco: R$ 11.562.724,00. Para o segundo turno, é liberado um acréscimo de R$ 5.781.362,00.
Dessa forma, a onze dias da eleição, a candidatura de Marília conseguiu 12% do teto estabelecido pela Justiça Eleitoral. Ouvidos sob reserva, aliados da candidata assumem a dificuldade para arrecadação de recursos. A campanha recebeu 'apenas' R$ 42.5 mil de pessoas físicas, sendo R$ 5 mil de Waldemar de Oliveira, deputado federal eleito e irmão de Sebastião Oliveira (Avante), vice de Arraes.
Ainda de acordo com a base de dados do Tribunal Superior Eleitoral, a campanha de Marília Arraes já declarou gastos que somam R$ 10.640.736,47. Isso significa que, subtraindo-se as despesas já contabilizadas, a candidatura dispõe de pouco mais de R$ 601 mil em caixa.
Enquanto isso, a campanha de Raquel Lyra está em situação diferente. A candidatura da ex-prefeita de Caruaru, como mostrou o Jornal do Commercio na pré-campanha, se tornou uma das prioridades do PSDB.
Somente no primeiro turno, a campanha de Raquel Lyra recebeu R$ 11.570.145, valor superior ao teto de gastos estabelecido pela Justiça Eleitoral. No segundo turno, a candidatura da tucana já recebeu mais de R$ 2.8 milhões, o que representa 48% do adicional permitido para a eleição do dia 30 de outubro.
Como mostra a tabela de receitas da sua campanha, Raquel Lyra parece ser a candidata favorita dos empresários. Dos quase R$ 14.4 milhões arrecadados pela sua candidatura, 89% são oriundos dos partidos que compõem sua federação, o PSDB e o Cidadania.
Os outros 11%, que correspondem a R$ 1.544.190, foram doados por pessoas físicas. Dentre os doadores, destaca-se Tasso Jereissati, empresário e senador pelo PSDB, que desembolsou R$ 150 mil para a correligionária. Como o Jornal do Commercio mostrou, a candidatura de Raquel Lyra foi impulsionada no primeiro turno por doações de empresários do setor do turismo que parecem ter fechado a própria chapa.
Eles direcionaram valores para a candidatura da tucana ao Governo e de Gilson Machado (PL) ao Senado, ignorando Guilherme Coelho (PSDB), candidato à câmara alta na chapa da ex-prefeita de Caruaru, e Anderson Ferreira (PL), candidato ao Palácio na chapa bolsonarista.
O irmão de Gilson Machado, em tempo, aparece em áudio vazado tentando manter aliados ao lado de Raquel Lyra após uma saia justa da candidata com um apoiador lulista. A tucana se mantém neutra sobre a disputa nacional, visando angariar apoios de ambos os lados.
Até o momento, a campanha de Raquel Lyra declarou despesas que somam R$ 8.793.785,97. Isso mostra que, de acordo com as receitas declaradas, a candidatura dispõe de R$ 6.010.614,9 para futuros gastos.