ELEIÇÕES 2022

Em pleno segundo turno, Marília Arraes mira eleitores que votaram "13" ao invés de "77" para Governo de Pernambuco

O montante de votos anulados por digitar 13, número inválido na disputa pelo Governo de Pernambuco, representa 4,51% dos 5.7 milhões de votos contabilizados. Campanha de Marília Arraes tenta virar os votos para o número 77

Cadastrado por

Augusto Tenório

Publicado em 24/10/2022 às 15:50 | Atualizado em 24/10/2022 às 15:51
SOLIDARIEDADE Marília tem comemorado a adesão de novas lideranças políticas ao seu projeto de governo - GUGA MATOS/JC IMAGEM

Ainda nos bastidores da pré-campanha, aliados de Marília Arraes (Solidariedade) brincavam sobre as ocasiões nas quais disseram "13" ao serem questionados sobre o número da candidata ao Governo de Pernambuco. Mas no dois de outubro, mais de 258 mil eleitores pernambucanos anularam o voto ao digitar o número do PT nas urnas, a despeito de o partido não ter candidato ao executivo estadual.

O montante de votos anulados por digitar 13, número inválido na disputa pelo Governo de Pernambuco, representa 4,51% dos 5.7 milhões de votos contabilizados. O número, em tempo, poderia sozinho eleger um deputado federal com folga, independentemente do partido. A campanha de Arraes considera que quase todos esses votos seriam naturalmente da candidata.

Nesse sentido, Marília Arraes vem reforçando seu número nas mais recentes entrevistas e debates, apontando que não concorre com o número 13, mas com o 77. Isso acontece porque a candidata continua associada ao PT, partido ao qual foi filiada até março deste ano e pelo qual disputou eleições para vereadora, deputada federal e prefeita do Recife.

Durante a sua campanha, Marília Arraes apostou na associação a Lula, enquanto o candidato oficial do ex-presidente no segundo turno foi Danilo Cabral (PSB), que concorreu com o número 40. O PT abriu mão de uma candidatura própria em nome da aliança com os pessebistas, que comandam o Palácio Campo das Princesas há 16 anos.

O montante de votos torna-se especialmente importante diante do atual cenário da corrida. De acordo com a última pesquisa Ipec, Marília Arraes foi ultrapassada por Raquel Lyra (PSDB), que lidera as intenções de voto por 50% a 42% do total e 54% a 46% dos votos totais, quando desconsidera-se brancos e nulos.

O drama de Marília Arraes é vivido por outras candidaturas, em outros estados. Em São Paulo, 521 mil eleitores digitaram o número 22, usado por Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela Presidência, ao votar para o Governo. O candidato apoiado pelo atual presidente, Tarcísio de Freitas, é filiado ao Republicanos e concorre com o número 10 ao Palácio dos Bandeirantes.

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