ATAQUE CONTRA A PF

DEPOIMENTO DE ROBERTO JEFFERSON: veja o que ele disse à PF

Jefferson admitiu que, se quisesse, "matava os policiais", ao se ouvido nesta segunda-feira (24)

Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 24/10/2022 às 20:01
Jefferson está preso preventivamente por ordem de Moraes, em regime fechado, desde outubro do ano passado - VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

O ex-deputado Roberto Jefferson prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Preso desde o último domingo (23),  Jefferson disse ter disparado 50 vezes contra os agentes que tentavam cumprir o mandado de prisão expedido contra ele. 

O teor do depoimento foi diulgado pelo portal G1. No depoimento, o ex-parlamentar disse que atirou na viatura da PF e que não queria atingir os policiais. Ele ainda admitiu ter lançado três granadas. 

Jefferson admitiu que, se quisesse, "matava os policiais", mas que não tinha a intenção porque eles não tinham culpa das "perseguições contra ele".

Jefferson disse que já teve mais de 100 armas, quando morava em Petrópolis, mas que atualmente tem um arsenal entre 20 e 25 armas. O registro de CAC dele está irregular. 

Justiça mantém prisão

Submetido a uma audência de custódia, Roberto Jefferson teve a prisão em flagrante mantida.  A decisão foi tomada por Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Roberto Jefferson (PTB), ex-deputado federal, reagiu ao mandado de prisão atirando contra agentes da Polícia Federl. O ex-parlamentar, de 69 anos, apoiador de Bolsonaro (PL) teve seu nome conectado com muitas polêmicas, como o Mensalão e defesa de pauras de extrema-direita.

 

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) por quatro tentativas de homicídio, em função do ataque praticado neste domingo (23) contra quatro agentes da PF que foram à sua casa, em Levy Gasparian, município do sul fluminense, para cumprir uma ordem de prisão contra ele. Jefferson lançou duas granadas e atirou contra os policiais. Dois deles foram feridos, sem gravidade.

O indiciamento foi confirmado hoje pela assessoria de imprensa da Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

Desde a noite deste domingo (23), Jefferson está detido no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio.

Na tarde desta segunda-feira (24) ele será submetido a uma audiência de custódia, durante a qual um juiz vai decidir se mantém ou não sua prisão.

QUEM É ROBERTO JEFFERSON?

Roberto Jefferson nasceu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em junho de 1953. Antes de ser político, ele começou sua carreira como apresentador de TV.

Em 1971, filiou-se ao MDB e ficou no partido até 1980, quando entrou no PP e, em seguida, no PTB, partido que presidiu entre 2003 e 2005.

Escândalo

Em 1982, Roberto se candidatou como deputado federal e vencer. Ele teve cinco mandatos consecutivos, até ser cassado pela Câmara dos Deputados em 2005, por causa do envolvimento com o Mensalão.

Inclusive, Roberto Jefferson confessou ter ganho R$ 4 milhões ao participar de um dos maiores esquemas brasileiros. O ex-deputado foi condenado em novembro de 2012 a ficar 7 anos e 14 dias preso. Entretanto, ganhou liberdade condicional três anos depois.

APOIADOR DE BOLSONARO

Desde o episódio, Roberto mostrou ser alguém explicitamente a favor de pautas da extrema-direita. Além disso, ficou conhecido como um grande apoiador de Bolsonaro, que concorre a reeleição para presidente neste segundo turno.

Ameaças

Roberto Jefferson, em agosto de 2021, gravou vídeos em que empunhava armas e ameaçou os ministros do STF, o que resultou em mais uma prisão.

O político ficou no Complexo de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro. Porém, a defesa alegou que ele estava com a saúde afetada e, por isso, deveria ir para a prisão domiciliar. A justificativa foi aceita em janeiro de 2022.

Mesmo em prisão domiciliar, seu partido tentou emplacar como candidato à Presidência. Entretanto, o Tribunal Superior Eleitoral negou o registro e impediu sua disputa até 24 de dezembro de 2023.

Descumprimento de medidas cautelares

A prisão domiciliar tinha uma série de proibições, incluindo o uso das redes sociais. Porém, ele apareceu em um vídeo publicado pela filha, ex-deputada Cristiane Brasil (PTB), ofendendo a ministra Cármen Lúcia, do STF.

Por isso, o mandado de prisão, por descumprimentos das medidas cautelares. Porém, Roberto reagiu com tiros e granadas, atigindo dois policiais, sendo uma mulher.

 

 

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS