PRISÃO

Segurança de Carla Zambelli é preso pela Polícia Civil após atirar em perseguição a jornalista

O crime aconteceu no último sábado (29), no bairro dos Jardins, em São Paulo. A deputada federal do PL também sacou uma arma contra Luan Araújo e será investigada por crime eleitoral

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Filipe Farias

Publicado em 30/10/2022 às 7:53 | Atualizado em 30/10/2022 às 10:31
Segurança da deputada federal Carla Zambelli é preso após perseguir e atirar contra jornalista, em São Paulo - Reprodução das redes sociais

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na madrugada deste domingo (30), um dos seguranças da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teria atirado contra um jornalista, ontem (29), após discussão política da parlamentar com o profissional nas ruas do bairro dos Jardins, área nobre de São Paulo - ela também chegou a sacar a arma para o rapaz.

Nas imagens que circularam pelas redes sociais mostram o instante que Zambelli cai sozinha no meio fio e, logo em seguida, parte para cima do jornalista Luan Araújo. Um dos seguranças, com uma arma na mão, também o persegue e chega a efetuar um disparo, que é ouvido nos vídeos.

Acompanhado de advogados, Luan Araújo foi à delegacia e prestou depoimento na Polícia Civil. Já na madrugada deste domingo (30), os representantes jurídicos do jornalista confirmaram a prisão de um dos seguranças de Carla Zambelli, que é policial.

"Saímos agora da delegacia com a decretação de prisão do segurança de Carla Zambelli. Agora é lutar até o fim para a prisão da bolsonarista pelos crimes de ameaça, agressão, racismo e disparo de arma de fogo. Carla Zambelli tem que ser presa e ter seu mandato cassado pela justiça", escreveu a advogada Sheila de Carvalho, que representa o jornalista Luan Araújo.

DEPUTADA INVESTIGADA PELO TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, mandou a Corte analisar a possibilidade da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ter cometido um crime eleitoral neste sábado (29) por portar arma de fogo em local público na véspera da eleição e tumultuar o processo eleitoral.

VERSÃO DE ZAMBELLI

Em sua conta oficial no Instagram, a deputada afirmou, em publicação às 17h de sábado, que ela foi atacada por um grupo de pessoas na região da Avenida Paulista após sair de um restaurante. "Me empurraram no chão. Eles usaram um negro para vir em cima de mim, eram vários. Tinha uma mulher de camiseta vermelha. Me empurraram, me jogaram no chão, me chamaram de filha da puta, prostituta", relatou.

Após perseguir o homem, a deputada alegou a jornalistas que após as agressões ela teria tentado chamar a polícia e o agressor teria "feito menção de sacar uma arma". A deputada então disse ter atirado para o alto. Apesar do relato da deputada, não está claro quem fez o disparo. No único vídeo divulgado até o momento, onde é possível ouvir um disparo, não há imagem da deputada atirando. Zambelli disse possuir "porte federal" de arma.

Resolução do TSE

Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) restringe o transporte de armas 24h antes das eleições. A decisão do TSE foi tomada, por unanimidade, em setembro deste ano, atendendo a um pedido dos chefes de Polícia Civil dos estados, que alertavam para os riscos diante do cenário político polarizado.

“A resolução é ilegal, e ordens ilegais não se cumprem. Eu conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do senhor Alexandre de Moraes [presidente do TSE], porque ele não é legislador. Ele é simplesmente presidente do TSE e membro do STF. Ele não pode em nenhum momento fazer uma lei. Isso é ativismo judicial”, avaliou a deputada.

A assessoria da parlamentar divulgou nota em que aborda a proibição. “A deputada federal possui registro de arma de fogo para defesa pessoal. A resolução do TSE que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs [Certificado de Registro Pessoa Física - Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador], ou para ingresso de armas em seções eleitorais”, aponta o texto.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a investigação da conduta da deputada federal. Será investigado o possível crime eleitoral por porte ilegal de arma.

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