Primeira mulher eleita governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) tem dado ênfase à necessidade de estabelecer unidade para o enfrentamento de desafios vivenciados não só no Estado, mas em todo o país, e que também está disposta a abrir um canal de diálogo com todas as lideranças.
Logo após o resultado do segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro, a ex-prefeita de Caruaru fez um aceno em direção ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que irá procurá-lo para trazer “os investimentos de que Pernambuco precisa”.
- Paulo Câmarar manda 'indireta' para Raquel Lyra, destacando que 'resolveu' violência em Caruaru
- João Lyra pede solidariedade de Rodrigo Pinheiro a Raquel Lyra
- Raquel Lyra volta a pedir união de todos em Pernambuco
- Priscila Krause diz que foco é "transição bem feita" para só depois Raquel Lyra nomear secretariado
Nos primeiros dias de eleita, questionamentos sobre a composição da equipe de transição governamental e do futuro secretariado começaram a ser feitos à Raquel, que tem tratado a questão com cautela. “Nós não montamos secretariado, a gente não negociou nada, em momento nenhum, com ninguém”, disse em entrevista a uma rádio.
No dia 2 de novembro, Raquel Lyra e sua vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania) deram uma pausa nos compromissos públicos. A agenda foi retomada nesta última semana e contou com o anúncio de Priscila como coordenadora da equipe de transição, quais são os integrantes dessa comissão, reuniões com o PSDB nacional e com parlamentares da bancada federal pernambucana.
Dos nove nomes anunciados, cinco trabalharam ao lado da tucana na Prefeitura de Caruaru, no período em que ela esteve à frente da administração do município, entre 2017 e 2022. Os nomes escolhidos foram o administrador Eduardo Vieira; a publicitária Carolina Cabral; a advogada Bárbara Florêncio; a advogada Ana Maraiza de Sousa; e o advogado Túlio Vilaça.
Também fazem parte da equipe, o economista e jornalista Manoel Medeiros Neto, a advogada e administradora Nayllê Rodrigues e o publicitário Fernando de Holanda. Sobre as críticas referentes à falta de representatividade de outras regiões do Estado, Raquel e Priscila afirmaram que a equipe deverá ser ampliada de acordo com as demandas que forem apresentadas nesse período de transição.
O fato também dos nomes serem quadros técnicos e não políticos, não significa que haverá um espelhamento para a formação do secretariado. “A primeira etapa é fazer essa transição, de forma bem feita, pra gente poder enfrentar os desafios mais pra frente. Essa é a orientação de Raquel, que a gente tenha foco nesse momento e ela, no momento adequado, liderando esse processo, vai se pronunciar sobre a questão de secretariado”, afirmou a vice-governadora.
O primeiro ofício solicitando uma série de informações e documentos ao governo de Pernambuco, foi protocolado nessa quinta-feira (10). Ele foi dividido em cinco seções, detalhando demandas nas áreas de finanças públicas; planejamento e gestão; controle; estratégia governamental e, por fim, estrutura administrativa e de gestão de pessoas. No conjunto, são listadas 71 demandas.
EM BUSCA DE RECURSOS
Na quarta-feira (9), em Brasília, Raquel Lyra participou da primeira reunião com a bancada federal pernambucana no Congresso Nacional. Ela levou à mesa quatro prioridades para Pernambuco a partir do início de 2023.
A expectativa da governadora eleita é de recursos encaminhados pelas emendas parlamentares - individuais e de bancada), possam contemplar ações que tratam de recursos hídricos, requalificação de estradas, obras de contenção de encostas e investimentos na área da saúde.
“Destacamos as questões que envolvem os recursos hídricos, como a conclusão da obra da Adutora do Agreste; a questão da requalificação das rodovias, dando ênfase a requalificação da BR-232”, afirmou Raquel, em entrevista ao correspondente da Rádio Jornal, em Brasília, Romoaldo de Souza.
“Discutimos também a questão da saúde e seu custeio para que possamos fazer uma força tarefa nas filas de exames e cirurgias, que passam de mais de 50 mil pessoas em Pernambuco; e a questão dos recursos para que possamos fazer o suporte a morros e encostas, fundamentalmente na Região Metropolitana do Recife”, afirmou.
FUTURO DO PSDB
Ao participar da 25ª Conferência Nacional da Unale, realizada na Arena Pernambuco, Raquel Lyra esteve acompanhada do governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com quem trocou diversos elogios e disse que tem buscado conselhos sobre gestão estadual.
O gestor é cotado para assumir a presidência nacional do PSDB, a partir do dia 31 de maio de 2023, e tem o claro apoio da governadora eleita. Em um momento da conversa com a imprensa, cedida após a participação dos dois no painel do evento, Raquel Lyra chegou a afirmar “com a palavra, se Deus quiser, o próximo presidente do PSDB”.
Sobre o assunto, Eduardo Leite disse que só aceitaria o convite feito pelo presidente atual, Bruno Araújo, caso consiga conciliar o compromisso assumido no seu Estado com as demandas exigidas pelo partido. "Ouvi os apelos e preciso conversar com aqueles que me cercam, mas eu tenho responsabilidade com o povo do meu estado", disse.
Comentários