Debate interno

Raquel Lyra participa de reunião com lideranças do PSDB para discutir posição do partido no governo Lula

Segundo Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, as bancadas do PSDB e do Cidadania, que forma uma federação com os tucanos, devem optar pela oposição ao novo governo

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 07/11/2022 às 15:37 | Atualizado em 07/11/2022 às 15:47
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Raquel Lyra, governadora eleita de Pernambuco - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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A governadora eleita de Pernambuco e presidente estadual do PSDB, Raquel Lyra, deve participar, na próxima quarta-feira (9), de reunião com a cúpula do partido para discutir o posicionamento do grupo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de temas de interesse dos parlamentares e demais governadores da sigla. O encontro será em Brasília.

Raquel retomou os trabalhos ligados ao pós-eleição nesta segunda-feira (7), depois de tirar alguns poucos dias de folga para descansar com os filhos em Salvador. No domingo (6), a tucana fez questão de registrar nas redes sociais um encontro com o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um dos principais cotados para assumir a presidência do PSDB a partir de 2023, quando chega ao fim o mandato de Bruno Araújo. O gaúcho deve disputar o posto com Aécio Neves.

No segundo turno, tanto Eduardo quanto Raquel mantiveram-se neutros com relação à disputa presidencial. Em entrevistas recentes, a ex-prefeita de Caruaru tem afirmado que vai trabalhar para manter uma "boa relação institucional" com o novo chefe do Executivo federal e que até já entrou em contato com vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), ex-PSDB, para tratar de assuntos estratégicos para Pernambuco.

Araújo, porém, avalia que as bancadas do PSDB e do Cidadania, que forma uma federação com os tucanos, devem optar pela oposição ao novo governo. "O partido liberou voto no segundo turno, uma parte seguiu com Lula, outra parte com Bolsonaro, mas há um perfil geral na bancada do PSDB e do Cidadania que aponta para um ambiente de oposição", pontuou o dirigente partidário, no Recife, no dia em que Raquel foi eleita governadora.

As eleições de 2022 foram traumáticas para o PSDB. No pleito proporcional, a agremiação reduziu o número de deputados federais de 29 para 13. Nas eleições dos Estados, manteve o número de governadores, 3, mas não estará mais à frente do maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo, Estado que governou por 28 anos.

À revista Veja, Raquel Lyra afirmou na semana passada que o partido precisa realizar uma séria autocrítica caso deseje se reconectar com os brasileiros. "O PSDB que nos trouxe até aqui, que elegeu FHC duas vezes e polarizou com o PT nas eleições presidenciais já não existe mais. Na minha avaliação, o partido se afastou da realidade e da vida das pessoas. É necessário, portanto, olhar para dentro, fazer uma séria autocrítica e pôr essas questões na mesa, sem individualismos, mirando o futuro. O PSDB precisa ser reconstruído", defendeu a tucana.

Além de governadores e congressistas, devem participar da reunião nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-senador pernambucano Armando Monteiro Neto.

Transição de governo

Ao menos até a tarde desta segunda-feira (7), Raquel ainda não havia nomeado uma equipe para dar início ao processo de transição entre o governo de Paulo Câmara (PSB) e o dela. Há exatamente uma semana, o socialista designou uma comissão para repassar aos futuros ocupantes do Palácio do Campo das Princesas todas as informações necessárias para uma mudança "transparente e profissional".

Nos bastidores, comenta-se que a vice-governadora eleita, Priscila Krause (Cidadania), deve liderar a equipe que representará Raquel neste processo, mas a assessoria de imprensa da hoje deputada estadual não confirma a informação.

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