O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que está prestes a concluir seu mandato de oito anos à frente do Executivo estadual, afirmou que não deve deixar a vida pública. Ele reconheceu o sentimento de mudança que a população transmitiu nas urnas, com a eleição de Raquel Lyra (PSDB), e que seu partido fará uma “oposição com responsabilidade” diante do novo governo.
“Vamos agora fazer uma avaliação no âmbito do nosso partido. Nós vamos ser oposição, mas uma oposição responsável, até porque nós acreditamos que temos muito o que avançar e temos que dizer que podemos avançar mais e isso é importante e vai fazer bem para Pernambuco”, declarou o gestor.
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Ao fazer o balanço de sua gestão, Paulo Câmara disse ainda que não foi fácil governar o Estado tendo Jair Bolsonaro (L) como presidente da República durante estes quatro anos. Opositor ao governo federal, Câmara também acusou o chefe do Planalto de ter discriminado a região Nordeste e tratar os estados como inimigos.
“Ele não fez nenhuma cooperação federativa, tratava os estados como inimigos da nação e fez mal ao Brasil, prejudicando Pernambuco”, pontuou o governador, destacando que a relação ficou ainda pior com a chegada da pandemia da covid-19.
Bolsonaro fez duras críticas as governadores que implementaram medidas restritivas, seguindo as recomendações cientificas, para enfrentar a disseminação na doença.
“Agora, com um presidente novo como Lula, que tem uma visão federativa e que sabe a importância de trabalhar em conjunto com os estados e municípios, Pernambuco tem toda condição de fazer muito mais do que nós fizemos nos últimos anos”, ressaltou o chefe do Executivo estadual.
Durante entrevista à Rádio CBN Recife, nesta sexta-feira (16), onde colocou que o Estado está sendo entregue à Raquel Lyra com bons índices na área de educação, saúde e segurança pública, Paulo Câmara não deu detalhes sobre seu futuro político.
“Evidentemente que eu não saio da vida pública, vou continuar trabalhando da forma que entender que posso estar ajudando o meu Estado, minha região e o Brasil”, declarou.
O governador tem sido cotado para integrar a equipe ministerial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma fonte, sob reserva, afirma que dentro do partido, os dois únicos nomes possíveis para serem indicados são: o ex-governador de São Paulo Márcio França e o próprio Paulo Câmara.
Sobre o assunto, ele afirma que o partido já indicou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e que já tem a pasta da Justiça e Segurança Pública, evitando comentar sobre qualquer outro espaço em discussão.
Acontece que nos bastidores, uma ala do partido tem insistido que a indicação do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, seria da cota pessoal de Lula e não do partido. O alvo dos socialistas são as pastas de Turismo e Cidades, entretanto, o Ministério de Ciência e Tecnologia também não está descartado.
“Quero entregar Pernambuco da melhor forma possível e vou ficar à disposição para os novos desafios. Desejamos dar uma parada, uma descansada e aproveitar um pouco a família, e mais na frente ver o que vai ser feito”, disse o governador.
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