Após a cerimônia de posse na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) se deslocaram a pé, acompanhadas por seus familiares, até o Palácio do Campo das Princesas, onde foi realizada a transmissão dos cargos.
A solenidade ocorreu no Salão das Bandeiras, na presença do agora ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que na ocasião assinou o termo de transmissão, e depois foi acompanhado por Raquel e Priscila até o seu carro - o rito faz parte do protocolo tradicional quando há troca de governos.
Com a oficialização, Raquel se dirigiu até um palco montado na frente do Palácio para fazer o seu discurso à população.
Em seu discurso, Raquel Lyra voltou a destacar o combate à fome como uma das prioridades do seu governo, citando o programa de transferência de renda “Mães de Pernambuco”, que tem como proposta conceder um auxílio de R$ 300 para mulheres com filhos de 0 a 6 anos.
“A mudança vai começar com o Mães de Pernambuco, um auxílio financeiro que vai chegar para quem mais precisa e ajudar a colocar comida no prato”, disse Raquel, citando ainda seu tio, o ex-ministro Fernando Lyra, já falecido, que foi autor da lei que acabou com a censura no Brasil, dizia que o maior problema do país era o"apartheid social", como se existem países diferentes dentro do mesmo território.
Ainda sob o tema ligado ao combate da fome e pobreza, Raquel Lyra aproveitou para deixar claro que o seu governo estará pronto para erguer pontes com o Legislativo, Judiciário e com o governo federal.
“Estarei em Brasília em breve para apresentar nossas demandas emergenciais e aquelas que são estruturais. Farei isso quantas vezes for necessário e torço para que o presidente Lula, eleito pela vontade do povo brasileiro, que também tomou posse hoje, não falte ao nosso Estado”.
Durante as eleições do segundo turno, Raquel Lyra não declarou voto para presidente da República e tentou se manter afastada da polarização entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato a releeição, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu mais de 60 milhões de votos.
Guardado a sete chaves, os nomes dos secretários e secretárias que vão compor o governo de Raquel Lyra, começaram a ser conhecidos na última quinta-feira (29). Todos vão tomar posse nesta segunda-feira (2), às 10h, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas.
Dos titulares apresentados, 15 mulheres estarão à frente de secretarias importantes no governo do Estado. Outra questão que chamou atenção foi o fato de que os auxiliares possuem perfil majoritariamente técnico.
Sobre o assunto, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse que Pernambuco fez uma aposta do que Raquel Lyra já havia exercido nas gestões anteriores à frente da Prefeitura de Caruaru.
“Ela está na posição de entregar um governo moderno, na mão de pessoas preparadas para entregar o que a população precisa. A composição política será feita ao longo da construção do governo”, afirmou Bruno, momentos antes da cerimônia de posse na Alepe.
Ele também destacou que os anúncios feitos até agora foram com relação apenas ao primeiro escalão. “O que dá a ela o testemunho da população de que o que ela disse na campanha se conecta com a realidade. Agora, com uma larga construção política que precisa e dará apoio a esse governo, terá seguramente o seu papel”, completou.
Para o deputado federal não reeleito Daniel Coelho (Cidadania), que assumirá a Secretaria de Turismo e Lazer, a governadora recém empossada deverá ter um diálogo democrático não só com os partidos políticos, mas com os aliados, os deputados estaduais e federais.
“Cada coisa a seu tempo, não tenho dúvidas de que ela irá fazer essa construção na política moderna, que traga mudanças mas respeitando os partidos aliados que são importantes para gente