Nesta segunda-feira (27), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou que uma mudança na meta de inflação não está sendo discutida pela equipe econômica do governo.
De acordo com Tebet, é uma "questão que não está em pauta". Este ano, o presidente Lula (PT) defendeu um aumento na meta de inflação, que é de 3,25% para 2023 e fixada em 3% para 2024 e 2025.
Assim, é o Conselho Monetário Nacional (CMN) que deve fixar as metas de inflação. O conselho realiza reuniões mensais e é composto pelos ministros da Fazenda e Planejamento e Orçamento e pelo presidente do Banco Central, Roberto Neto.
O CMN já definiu as metas de inflação para os próximos três anos.
"Em relação à meta de inflação, aos parâmetros, se vamos mexer ou não, este não é um assunto no governo. Pelo menos, não é um assunto no Ministério da Fazenda e no Ministério do Planejamento e Orçamento", afirmou Tebet.
"E não é um assunto não apenas porque não posso dizer isso, mas porque o ministro Haddad e eu entendemos que esta é uma questão que não está em discussão", concluiu.
De acordo com Tebet, há dúvidas sobre se uma mudança na meta de inflação conseguiria trazer o resultado esperado pelo presidente Lula (PT), que é o desejo de uma melhora na economia para reduzir as taxas básicas de juros.
"Ah, mas no meio do ano é a data [da reunião do CMN]'. Não estamos discutindo isso, e temos até dúvidas se uma mudança na meta geraria o resultado que queremos, que é a redução da inflação para que possamos ter a redução das taxas de juros", disse a ministra.
Além disso, Tebet afirmou que discutiu o assunto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas o assunto não voltou a ser tratado.
"Isso foi colocado na mesa na primeira reunião que tivemos, mas depois tivemos pelo menos mais duas reuniões e não tratamos da questão da meta de inflação", disse Tebet.
SECRETÁRIO DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
Ainda nesta segunda-feira (27), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse que "não há nenhuma pretensão de mudar o cronograma daquilo que estava estabelecido".
"Do ponto de vista 'intramuros', o debate por parte do governo, por enquanto, não prevê nenhuma alteração do cronograma estabelecido, que é o padrão para o debate sobre a questão da meta de inflação, que ocorre no Conselho Monetário no meio do ano", disse Galípolo.