Ao anunciar mais um dos 13 acordos firmados durante visita oficial a Portugal, neste sábado (22/4), o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva pediu desculpas publicamente por declarações preconceituosas feitas quatro dias antes sobre saúde mental.
As declarações foram feitas pelo Twitter oficial, logo após anunciar a criação de mecanismos para o intercâmbio entre Brasil e Portugal de boas práticas na promoção e defesa dos direitos de pessoas com deficiência.
“Destaco esse acordo também pois gostaria de pedir desculpas sobre uma fala que fiz na semana passada, durante reunião sobre violência nas escolas. Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir”, afirmou,
E seguiu: “É por isso que quero me retratar com toda a comunidade de pessoas com deficiência intelectual, com pessoas com questões relacionadas à saúde mental e com todos que foram atingidos de alguma maneira por minha fala”, disse.
“Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental. Não vamos mais reproduzir esse estereótipo. Tanto eu quanto nosso governo estamos abertos ao diálogo”.
“Como presidente de um País com uma grande parcela da população de PCDs, estou disposto a aprender e fazer o possível para que todos se sintam incluídos e respeitados. É assim que avançamos enquanto pessoas, país e sociedade”, afirmou.
DECLARAÇÃO DESASTROSA
Em uma reunião com ministros e governadores para discutir ações integradas de segurança nas escolas, no dia 18, o presidente se referiu a pessoas com transtornos mentais como tendo um "desequilíbrio de parafuso". Lula citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam que pelo menos 15% da população mundial possui algum transtorno mental.
“Se esse número é verdadeiro e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, 15% disso significa quase 30 milhões de pessoas com problema de ‘desequilíbrio de parafuso’; pode alguma hora acontecer uma desgraça”, disse na época.