Quadro de J. Borges, santa e escultura de bronze: Lula e Janja trocam presentes com o papa Francisco

Os presentes são uma tradição de visitas oficiais e foram trocados ao fim da reunião entre Lula e o papa, descrita pelo Vaticano como "uma conversa positiva pela paz no mundo"
Estadão Conteúdo
Publicado em 21/06/2023 às 23:26
Os presentes de Lula ao Papa Francisco: uma gravura do artista de Pernambuco J. Borges e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém Foto: Vaticano/Divulgação


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, trocaram presentes com o papa Francisco durante o encontro que tiveram nesta quarta-feira, 21, no Vaticano. Entre os itens presenteados, estão uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, uma gravura da Sagrada Família de J. Borges e uma pequena escultura de bronze.

Os presentes são uma tradição de visitas oficiais e foram trocados ao fim da reunião entre Lula e o papa, descrita pelo Vaticano como "uma conversa positiva pela paz no mundo". Os dois conversaram sobre a geopolítica da América Latina e sobre a guerra na Ucrânia, na qual compartilham uma visão em comum. Imagens do encontro mostram a troca de objetos.

Janja levou uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira da Amazônia. Lula presenteou uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista plástico, cordelista e poeta J. Borges.

O papa, por sua vez, deu a Lula e a Janja uma pequena escultura de bronze com a frase "A paz é uma flor frágil", feita no próprio Vaticano. "Estamos em tempos de guerra e a paz é muito frágil. Queria te presentear com isso, que fazemos aqui nas nossas oficinas", disse o argentino.

Lula e Janja também receberam do papa cópias da Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, quando rezou pelo fim da pandemia na praça vazia da Basílica de São Pedro.

O encontro

Lula e o papa Francisco conversaram sobre a situação política na América Latina, a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem. A luta contra a pobreza e a desigualdade social, uma agenda em comum dos dois líderes, também foram tratados na conversa, além do respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente. "Houve uma troca positiva de pontos de vista", diz o comunicado do Vaticano

A repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do papa, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.

Além disso, preocupam o papa as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.

O papa se reuniu na véspera com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha comunista conversará agora com Lula em Paris, na França.

A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também entrou na sala e ficou na audiência com o papa. O encontro a portas fechadas foi um dos vários compromissos do petista na Itália, primeira parada da segunda viagem que faz à Europa desde que seu governo começou em janeiro.

O encontro na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa, durou cerca de 45 minutos. Ao fim do encontro, o mandatário brasileiro tuitou agradecendo pela audiência e afirmando que os dois tiveram uma "boa conversa sobre a paz no mundo".

Antes, fontes do Planalto haviam indicado que Lula desejava discutir o combate à fome e uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia.

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