Ex-presidente se queixa de 'injustiça': 'Estão procurando pelo em ovo'

O ex-presidente indicou que vê como remota a possibilidade de se livrar da condenação
Estadão Conteúdo
Publicado em 29/06/2023 às 23:28
Ex presidente Jair Bolsonaro desembarca no aeroporto Santos Dumont Foto: Pedro Ivo/Estadão Conteúdo


No terceiro dia de julgamento da ação que pode torná-lo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se disse vítima de uma injustiça e admitiu que gostaria que um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedisse vista, ou seja, mais tempo para analisar seu processo. "Eu gostaria (de um pedido de vista). Não vou negar", afirmou ele, ao desembarcar no Rio, pela manhã, com a análise da ação na Corte Eleitoral ainda em andamento.

Mais tarde, o ex-presidente indicou que vê como remota a possibilidade de se livrar da condenação. "Quem sabe o Alexandre Moraes tem um momento de Deus tocar o coração dele", declarou Bolsonaro, em referência ao presidente do TSE.

O placar do julgamento está em 3 votos a 1 pela inelegibilidade. Faltam votar, além de Moraes, Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques. Ontem, o ex-presidente acompanhou a sessão do julgamento na residência de seu filho, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Antes de viajar para o Rio, Bolsonaro reafirmou, em Brasília, que considera injusta sua possível condenação. "É um absurdo o que estão fazendo. Estão procurando pelo em ovo. É uma injustiça comigo, meu Deus do céu", declarou.

Para o ex-presidente, o ministro Raul Araújo, que votou contra a inelegibilidade, seguiu a jurisprudência do julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer. Em 2017, ao analisar se houve abuso de poder político na campanha da dupla na eleição de 2014, o TSE decidiu, por 4 votos a 3, pela absolvição da chapa. Contribuiu para isso a decisão no julgamento de que não poderiam ser consideradas novas provas que foram anexadas depois que a ação foi protocolada na Corte.

"Ele (Araújo) está seguindo a jurisprudência de 2017, no processo da chapa Dilma-Temer. Espero que os demais o acompanhem", afirmou o ex-presidente. No julgamento de Bolsonaro, discutiu-se se a "minuta do golpe" poderia ser usada como prova para condenar o ex-chefe do Executivo.

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