STF relembra invasão a sedes dos Poderes em Brasília e diz que democracia 'segue inabalada'

o Supremo Tribunal Federal (STF) relembrou o episódio e disse que a democracia no Brasil "segue inabalada" apesar de ter vivido "uma página triste e lamentável de sua história"
Adriana Guarda
Publicado em 08/07/2023 às 16:52
Militares e Veículos da Força Nacional de Segurança Pública do Brasil, em frente ao Supremo Tribunal Federal Foto: José Cruz/Agência Brasil


Do Estadão Conteúdo

Seis meses após a invasão e depredação dos prédios dos três Poderes em Brasília por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) relembrou o episódio e disse que a democracia no Brasil "segue inabalada" apesar de ter vivido "uma página triste e lamentável de sua história".

"As instituições brasileiras seguem firmes. Cadeiras, quadros, vidraças e obras de artes foram restaurados. O impacto financeiro da destruição é da ordem de R$ 11,4 milhões, apenas no STF. Mas apesar das marcas que ficarão para sempre na memória da sociedade brasileira, a democracia não cedeu e segue inabalada", disse o tribunal em nota publicada no site da instituição.

Em 8 de janeiro, bolsonaristas radicais marcharam pela Esplanada dos Ministérios, invadiram as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário e deixaram um rastro de destruição pelos principais edifícios de Brasília.

Sem atuação ostensiva da Polícia Militar, os vândalos pediram intervenção militar e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reação, decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.

Os atos de cunho golpista foram controlados pelas forças de segurança - PM, Polícia Civil, Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia do Exército - cerca de três horas e meia depois.

Os bolsonaristas agrediram, ainda, policiais, que reagiram com bombas de gás, spray de pimenta e cavalaria. O primeiro prédio liberado foi o do STF, depois Planalto e Congresso. Do alto, um helicóptero da PF também fazia disparos e foi usado jato dágua.

Na ocasião, foram presas 942 pessoas em flagrante, das quais 464 obtiveram liberdade provisória. O número de pessoas sob custódia, porém, foi maior: 1.406.

O ministro do STF Alexandre de Moraes, visto como algoz por bolsonaristas, comentou nas redes sociais a nota divulgada pelo tribunal, classificando o dia da invasão aos Poderes como "dia da infâmia".

"O Brasil deve comemorar sua #DemocraciaInabalada. As Instituições reagiram e cumpriram a Constituição Federal. Sob a liderança de nossa Presidente, ministra Rosa Weber, o STF recebeu 1.295 denúncias da Procuradoria Geral da República, iniciando as ações penais, e já realizou 133 audiências de instrução. Viva o Estado Democrático de Direito!!!", disse ele, no Twitter.

Outros ministros da Corte, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, retransmitiram a nota divulgada pelo STF.

A campanha dos magistrados repercutiu entre os apoiadores das manifestações, e por volta das 14h um dos assuntos mais comentados no Twitter, com quase 4 mil postagens, era #ImpunidadeInabalada, com usuários parodiando a fala de Alexandre de Moraes para criticar as decisões do STF em relação aos manifestantes.

 

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