O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai devolver à Embaixada do Reino da Arábia Saudita uma onça de ouro que recebeu como presente na manhã desta segunda-feira (31) em São Paulo. A obra seria incorporada ao patrimônio da União, mas a Receita Federal orientou o ministro a devolver a escultura.
A instrução de devolver o presente foi dada pelo secretário da Receita, Robinson Barreirinhas. Em nota, o Ministério da Fazenda diz que a "oferta de presentes a autoridades públicas deve ser feita com aviso prévio ao cerimonial do órgão público agraciado" e confirma que a onça de ouro será devolvida. Não há informações sobre o valor da estátua.
"Como protocolo, a oferta de presentes a autoridades públicas deve ser feita com aviso prévio ao cerimonial do órgão público agraciado. Por esse motivo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, orientou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a devolver a estátua de uma onça, recebida do governo da Arábia Saudita, à embaixada do país em Brasília, o que será prontamente atendido", afirmou o Ministério da Fazenda.
A orientação da Receita busca evitar controvérsias, como a situação em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o Brasil um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, avaliado em R$ 5,1 milhões pela perícia da Polícia Federal (PF), como revelou o Estadão.
O ex-presidente atuou pessoalmente para tentar liberar o conjunto de joias. Ao todo, foram oito tentativas desde a entrada ilegal sem declaração, envolvendo até pressão na Receita e a cartada de acervo pessoal.
A onça de ouro foi entregue à Haddad durante uma visita da comitiva saudita ao Brasil, com mais de 100 integrantes, entre eles o ministro de investimento do Reino da Arábia Saudita, Khalid Al Falih, que ofertou a estátua.
A comitiva foi recepcionada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), em um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda. Empresas brasileiras e os sauditas assinaram 25 acordos de comércio e investimentos.