Na manhã desta quarta-feira (2) a Polícia Federal prendeu o hacker Walter Delgatti Netto, conhecido por ter invadido telefones de autoridades da operação Lava Jato.
O hacker tentava um acordo de delação premiada, mas foi preso nesta manhã em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A Polícia Federal também cumpriu nesta manhã mandados de busca e apreensão em endereços da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
OPERAÇÃO DA PF
A PF descobriu que assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fizeram pagamentos para Walter Delgatti Netto para que o hacker tentasse invadir as contas do ministro Alexandre de Moraes e fraudar as urnas eletrônicas.
Ainda não se sabe o valor exato que o hacker recebeu. O próprio Delgatti forneceu à Polícia Federal os extratos bancários comprovando os pagamentos.
De acordo com o hacker, Carla Zambelli já o levou para um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022.
Segundo a coluna de Malu Gaspar, do Globo, o hacker disse à PF que a deputada o procurou em setembro de 2022, com o pedido que ele fraudasse as urnas eletrônicas e invadisse o e-mail do ministro do Supremo.
Walter Delgatti Netto, porém, não conseguiu cumprir nenhum dos pedidos.
O hacker, no entanto, conseguiu inserir no sistema do Conselho Nacional de Justiça um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes.
A operação da PF tenta conseguir mais informações sobre mandados de prisão e alvarás de soltura falsos que foram inseridos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.
"Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes", diz material da Polícia Federal.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, falou nas redes sociais sobre a operação da PF. "Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições", escreveu.
VAZA JATO
Delgatti Netto ficou conhecido após ser preso em julho de 2019 após divulgar diálogos entre procuradores da Lava Jato, o então juiz Sérgio Moro e diversas outras pessoas no aplicativo de mensagens Telegram.
O vazamento, conhecido como "Vaza Jato", abalou a credibilidade da operação Lava Jato.
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