Com Estadão Conteúdo
A Polícia Federal vai oferecer um acordo de delação premiada ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso nesta quarta-feira (9) por suposta interferência nas eleições de 2022. A informação é da Coluna do Estadão.
A proposta deve ser apresentada a Silvinei Vasques nesta quinta (10), data marcada para ele prestar depoimento.
A PRISÃO DE SILVINEI VASQUES
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Vasques foi preso preventivamente em Florianópolis por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte da Operação Constituição Cidadã, que apura suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno das eleições de 2022.
Vasques já estava sendo investigado pelo Ministério Público Federal em razão da operação do órgão que obstruiu as estradas do Nordeste durante o turno eleitoral.
Sob liderança de Silvinei Vasques, a Polícia Rodoviária Federal realizou mais de 500 operações nas estradas e rodovias. Durante o dia, eleitores denunciaram abordagens irregulares da corporação e a PRF foi acusada pelo PT de atuar para dificultar o voto de eleitores. A justificativa era que seria preciso combater o transporte irregular de eleitores, principalmente no Nordeste, onde o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha mais votos.
Posteriormente, como mostrou o Estadão, o cenário era outro: a estratégia do órgão foi selada em uma reunião no Palácio da Alvorada com coordenadores da campanha do então presidente Bolsonaro. Desde então, Vasques é investigado sobre essa ocorrência.
Silvinei Vasques assumiu a chefia da PRF em abril de 2021, quando foi empossado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres - alvo de investigação por suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro.
Após ser exonerado do cargo em dezembro de 2022, e já alvo de investigações, Silvinei se aposentou.