O grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza e está em conflitos com Israel, desde outubro de 2023, divulgou uma mensagem agradecendo ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por comparar os ataques dos israelenses com os da Alemanha Nazista de Adolf Hitler, entre 1933 e 1945. O comunicado foi compartilhado pelo aplicativo Telegram, neste domingo (18).
“Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), agradecemos a declaração do presidente brasileiro Lula da Silva, por descrever aquilo a que o nosso povo palestino tem sofrido na Faixa de Gaza como um Holocausto. Os acontecimento na Faixa de Gaza são como o que o líder nazista Hitler fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial”, destaca o texto do grupo.
De acordo com a mensagem do Hamas, o presidente brasileiro fez “descrição precisa dos desafios enfrentados pelo povo palestino e revela a gravidade do crime sionista, realizado com o apoio da administração presidente dos Estados Unidos, Joe Biden”.
ENTENDA O QUE LULA FALOU
Durante uma entrevista em Adis Abeba, capital da Etiópia, o presidente Lula criticou a operação israelense. O chefe do Executivo Nacional acabou fazendo uma comparação entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus realizado na Alemanha Nazista.
"O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula.
No momento, o presidente também fez uma crítica a Israel ao afirmar que Tel-Aviv não obedece a nenhuma decisão da ONU.
Segundo Lula, o conflito "não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças".
"Não é uma guerra, é um genocídio", completou o presidente brasileiro.
A declaração do presidente brasileiro está sendo reprovada por entidades judaicas e por políticos de oposição. Além disso, o governo de Israel criticou as colocações e convocou o embaixador brasileiro no país para explicar o caso.
ISRAEL AFIRMA QUE LULA É 'PERSONA NON-GRATA' NO PAÍS ATÉ SE RETRATAR POR DECLARAÇÕES
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou nesta segunda-feira, 19, que o presidente Lula, é considerado 'persona non grata' em Israel até que ele se desculpe pelas declarações em que compara a ofensiva israelense na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus feito pela Alemanha Nazista.
O anuncio foi feito no Museu do Holocausto, em Jerusalém, na presença do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer.
"Esta manhã eu convidei o embaixador brasileiro em Israel para as proximidades do Yad Vashem, o museu do Holocausto, que mostra mais do que qualquer coisa o que os nazistas e Hitler fizeram com os judeus, incluindo com membros da minha família. A comparação do presidente Lula entre a justa guerra de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que mataram 6 milhões de judeus e um sério ataque antissemita que desrespeita a memória daqueles que morreram no Holocausto. Não vamos perdoar e nem esquecer, em nome dos cidadãos de Israel, eu informei o presidente Lula que ele não é bem-vindo em Israel até que ele se desculpe e retrate suas palavras", apontou Katz em uma publicação na rede social X.