AMÉRICA LATINA

Lula pede transparência e defende diálogo na Venezuela em encontro com Boric

O chileno também disse ter conversado sobre o futuro das relações entre os dois países, planejando conjuntamente ações para a América Latina

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com agências, Da Redação

Publicado em 05/08/2024 às 19:46
O presidente Lula e o presidente chileno Gabriel Boric - RODRIGO ARANGUA / AFP

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse nesta segunda (5) que fará uma visita ao Brasil em 2025. Ele deu a declaração ao lado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santiago, capital do país andino. "Aceito feliz o convite para fazer uma visita de Estado em abril do próximo ano", declarou Boric. Lula, por sua vez, reforçou o posicionamento de diálogo diante das denúncias de fraude eleitoral na Venezuela.

O chileno também disse que ele e Lula conversaram sobre o futuro das relações entre os dois países. Segundo Boric, a melhor forma de a América Latina se posicionar frente ao mundo é conjuntamente. O presidente Chile também mencionou o aumento da ida turistas do país ao Brasil nos últimos anos, e disse que em seu mandato haverá medidas reais de integração.

REUNIÃO BILATERAL

De acordo com Boric, a reunião bilateral com o presidente brasileiro também incluiu discussão sobre ameaças do crime organizado. O chileno defendeu trabalho em conjunto nessa área. Mencionou especificamente preocupação com os tráficos de drogas e de pessoas. Segundo ele, também houve conversa sobre a crise climática.

Lula e Boric fizeram uma declaração conjunta à imprensa depois de reunião bilateral. Antes, foram assinados acordos entre os dois países. Enquanto os ministros assinavam os documentos, os dois presidentes conversavam ininterruptamente e sem tradutor.

Ao todo, 19 acordos e outros atos bilaterais em áreas que vão do turismo, ciência e tecnologia, defesa, agropecuária e direitos humanos até as relações comerciais e de investimentos foram assinados. 

VENEZUELA

Na política regional, o presidente do Chile, Gabriel Boric, reagiu negativamente ao anúncio de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teria sido reeleito nas eleições do último dia 28 de julho. Para Boric, os resultados anunciados eram "difíceis de acreditar". O governo da Venezuela expulsou a missão diplomática chilena do país, da mesma forma que fez com os diplomatas argentinos e peruanos. O Brasil ficará responsável por operar as embaixadas do Peru e da Argentina em Caracas.

Já o governo brasileiro insiste no diálogo e que a autoridade eleitoral venezuelana divulgue os dados das atas eleitorais por mesa de votação. Na semana passada, Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta pedindo que o impasse em torno das eleições da Venezuela seja resolvido pela via institucional.

Lula e Boric conversaram sobre o assunto e o brasileiro expôs as iniciativas que tem empreendido em relação ao processo político na Venezuela. “O respeito pela tolerância e pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, disse Lula, citando ainda a visita que fez ao Salão da Democracia e Memória, no Palácio de La Moneda.

“Lamentei que o Brasil tenha em sua história a triste mácula de ter apoiado a ditadura chilena. Sabemos que a arbitrariedade é inimiga do bem-estar e que a democracia não se sustenta sem um Estado que garanta direitos. Nos últimos anos, o Brasil experimentou uma versão tacanha da mesma combinação de autoritarismo político e neoliberalismo econômico”, completou.

A visita de Lula a Chile começou nesta segunda-feira e vai até terça-feira. Incluirá participação em fórum empresarial e uma reunião com o CEO da Latam, Roberto Alvo, entre outras atividades.

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