Ato no Recife pela anistia de condenados pelo 8/1 não contará com principais aliados de Bolsonaro em Pernambuco
Lideranças bolsonaristas em Pernambuco publicaram convocação para ato que será realizado na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no mesmo dia

Um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizará ato no Recife neste domingo (16), na Avenida Boa Viagem, a partir das 14h. A manifestação é em defesa da anistia dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ato, no entanto, não contará com a presença de algumas das principais lideranças bolsonaristas em Pernambuco.
Entre as ausências mais notáveis, está a do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), que estará no Rio de Janeiro, junto ao seu filho, o vereador do Recife Gilson Machado Filho (PL), para participar da manifestação principal da data, ao lado do próprio Bolsonaro.
Parlamentares pernambucanos do PL também reforçaram a convocação para o ato no Rio de Janeiro, como os deputados federais Pastor Eurico e Coronel Meira, além do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa.
O ato em Recife é promovido pelo grupo Direita Pernambuco. Em publicação nas redes sociais, o grupo reforça o pedido do ex-presidente Bolsonaro para que o foco seja em Copacabana, mas deixa o convite para os que não puderem estar no Rio de Janeiro.
Na manifestação que acontecerá na praia de Copabacana, estarão concentrados os principais aliados do ex-presidente. O ato visa pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de anistia para aqueles que participaram da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, no ano passado.
Condenações e prisões
Os atos de 8 de janeiro de 2023 resultaram na prisão de centenas de manifestantes que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. O grupo, que não aceitava o resultado das eleições de 2022, foi responsável por atos de vandalismo e tentativa de ruptura institucional. Até o momento, mais de 200 pessoas já foram condenadas pelo STF, com penas que variam entre 3 e 17 anos de prisão.
No Congresso Nacional, tramita um projeto de anistia para os condenados, defendido pela ala mais radical do bolsonarismo. A proposta enfrenta resistência de setores do Legislativo e do Judiciário.
Bolsonaro pode virar réu até o final de março
Enquanto busca mobilizar sua base e se coloca como pré-candidato às eleições de 2026, apesar de estar inelegível, Bolsonaro pode se tornar réu no Supremo Tribunal Federal, no próximo dia 25 de março, caso a Corte aceite a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre envolvimento em tentativa de golpe de Estado.
Em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente, acusando-o de liderar uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. A denúncia, encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, também envolve outros 33 acusados, incluindo ex-ministros e assessores próximos de Bolsonaro.
A defesa de Bolsonaro nega qualquer envolvimento do ex-presidente em atividades destinadas a desestabilizar as instituições democráticas do Brasil.