A morte de Paulo José nesta quarta-feira (11) traz mais uma perda significante para a classe artística brasileira, que neste ano já perdeu grandes nomes. O ator faleceu aos 84 anos e estava internado há 20 dias, enfrentando uma pneumonia. Ele convivia há 20 anos com o Mal de Parkinson.
A trajetória de Paulo José é longa e especial, passando pelo Teatro, Cinema e TV. Começou com aulas de teatro no Rio Grande do Sul, estado onde nasceu, e na década de 60 se mudou para São Paulo, onde trabalhou no Teatro Arena. Sua primeira peça foi Testamento de um cangaceiro (1961), de Chico de Assis.
Sua estreia no cinema foi com o filme O padre e a moça (1965). Nessa mesma década, ainda estaria em importantes produções do Cinema Novo: Todas as mulheres do mundo (1966) e Macunaíma (1969). Foi para a Globo no final dos anos 60 e começou uma sequência de trabalhos marcantes para a TV Brasileira.
Começou com Véu de Noiva (1969) e, poucos anos depois, deu vida ao seu primeiro personagem marcante: o inventor Shazan, que formava na novela O primeiro amor (1972) uma dupla divertida com o Xerife, vivido por Flávio Migliaccio, que faleceu em maio de 2020.
A dupla fez tanto sucesso que criou-se um seriado derivado: Shazan, Xerife e Cia, com roteiro e direção dos próprios atores, que mantiveram a atração no ar entre 1972 e 1974. Ainda na TV, ele fez outros personagens marcantes, como o bêbado Orestes em Por amor (1997) e Jairom, o comerciante cigano de Explode coração (1995).
Há duas décadas, Paulo José convivia com o Mal de Parkinson. Apesar disso, o ator de Tieta (1989) e Araponga (1990), continuou trabalhando e fez as novelas Senhora do destino (2004) e Caminho das Índias (2009), além da série JK (2006) e do filme O palhaço (2011), de Selton Mello, onde viveu o personagem Valdemar. Sua última aparição na TV foi como o vovô Benjamin, na novela Em Família (2014).