Chico Felitti, o criador do podcast "A Mulher da Casa Abandonada", afirma que não esperava tamanha repercussão para o projeto, mas lamenta a espetacularização do caso de Margarida Bonetti.
Em entrevista ao podcast "Café da Manhã", o jornalista relembra que no dia em que a polícia foi até a mansão, havia até canal de humor na porta.
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“Esse circo foi o encontro de várias narrativas. Tinha tudo. Desde a reportagem do jornal mais sério até gente de canal de humor. Tinha literalmente um canal de humor fazendo esquete enquanto a polícia tentava entrar no local”, diz Chico.
Na opinião do jornalista, a operação policial fez parto do "circo". Ele afirma que a polícia avisou a imprensa antes de invadir a casa, ligando para ele, canais de TV e para a ativista Luísa Mell.
Segundo o jornalista, havia até mesmo pessoas com máscaras imitando Margarida e fazendo dancinhas.
"A partir do momento que a pessoa reduz aquilo a uma fantasia, a uma dancinha, você tira todo esse debate, que era essencial, e fica oco", afirma.
“Fiquei muito preocupado pelo esvaziamento, pela banalização de uma coisa que não é banal. A série inteira era para falar de um crime. Era para falar do quanto esse crime ainda acontece no Brasil", lamenta Felitti.
Mas Chico prefere focar sua atenção ao efeito positivo do podcast e cita uma pesquisa que mostra o aumento de 67% no número de denúncias de trabalho escravo no Brasil desde que o podcast foi lançado.