Em agosto, a técnica em zootecnia Edvânia Bezerra, 31 anos, e o noivo, José Bernardo da Silva, 34, percorreram mais de 80 quilômetros de Gravatá, no Agreste pernambucano, até o Recife, para salvar a vida de um pintor-verdadeiro, ave ameaçada de extinção. No mesmo mês, o pedreiro José Francisco da Silva, 37, andou cerca de oito quilômetros do bairro dos Torrões, na Zona Oeste do Recife, até o Jardim Botânico para resgatar uma capivara ferida. Nesta quarta-feira (13), os três receberam homenagens da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), durante a 27ª edição do Prêmio Vasconcelos Sobrinho, ao lado de outros dez voluntários.
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“Achamos o pássaro na casa da minha irmã, em Gravatá. Cuidamos e levamos ao veterinário. Descobrimos, então, que se tratava de uma espécie ameaçada. Como ele não ficava bom para que a gente pudesse devolvê-lo à natureza, decidimos entregá-lo à CPRH. Recebemos muitas críticas, mas não me arrependo. É uma vida como outra qualquer. O valor é o mesmo”, defende Edvânia. O reconhecimento por parte do órgão foi uma surpresa. “O que fizemos foi a nossa parte. É muito gratificante receber essa homenagem.”
Para o presidente da CPRH, Eduardo Elvino, o reconhecimento é também uma forma de mostrar que o trabalho em prol do meio ambiente depende da população. “A gente, enquanto órgão público, não pode trabalhar só. Cada pessoa, cada instituição pode e deve fazer seu papel.”
Além dos voluntários, que receberam o Certificado Amigo (a) do Meio Ambiente, oito iniciativas de empresas e instituições públicas receberam o Prêmio Vasconcelos Sobrinho. Ainda foram homenageados quatro parceiros da CPRH.
BALANÇO
Até outubro, 7.254 animais passaram pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), da CPRH. A maioria veio de apreensões de órgãos como a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), as brigadas ambientais e a Polícia Federal. Desses, 4.257 retornaram à natureza.