Após escrever uma carta no dia 10 de julho para o papa Francisco pedindo ajuda na elucidação do assassinato da menina Beatriz Mota, em dezembro de 2015, dentro de uma escola em Petrolina, no Sertão, a mãe Maria Lucia Mota da Silva recebeu uma resposta do chefe da Igreja Católica. Em uma carta enviada a família por meio do monsenhor Paolo Borgia, conselheiro para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado do Vaticano, o papa concede uma bênção apostólica particular para a família de Beatriz.
"Ao participar-lhe que mereceu apreço esse testemunho de confiança para com o Vigário de Cristo, cumpre-me acrescentar que ele reza pelas intenções que lhe recomendou e, querendo ser portador de conforto e esperança a todos os que sofrem, exorta à senhora Maria Lúcia a perseverar na oração e confiar em Deus providente e misericordioso, que não abandona os seus filhos", diz o texto.
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A carta também afirma que o papa pediu a intervenção de Nossa Senhora Aparecida para que a família possa perseverar em meio à tribulação. O texto também diz que Deus ensinou, através de Jesus Cristo, a viver a dor, aceitando a realidade da vida com confiança e esperança, pondo o amor a Deus e ao próximo também no sofrimento pois é o amor que transforma tudo.
'Papa nos estimula a buscar justiça'
Para Sandro Romilton, pai de Beatriz, com a carta, o papa busca confortar a família. "Ele citou a dor que Jesus sentiu. Para a gente não enfraquecer na jornada. Ele nos estimula a não deixar de buscar justiça", contou. "Receber a benção do papa não é para qualquer um. É para pouca gente. O que nos deixa feliz é que muita gente ficou sabendo. Muita gente lá do Vaticano, inclusive. Da cúpula. Essa carta geralmente é protocolar, segue o padrão da assessoria de comunicação do Vaticano. Mas o papa disse que está orando. O pedido que Lucia fez na carta foi para que o papa abençoasse os investigadores e as pessoas que estão na frente do caso. E o papa disse que está rezando nesse propósito. A gente sabe que o papa não ia resolver o crime de Beatriz, mas dar essa publicidade é importante. Porque você sabe que a escola é católica", afirmou.
Prestes a completar dois anos do crime, ele conta que a família ainda sente a dor, mas tem esperanças de que novos fatos venham à tona. "A gente não vai desanimar. Vamos continuar. Se esse crime não se resolver em dois anos, que seja três, quatro. A gente não tem prazo para concluir essa campanha. Só quando tiver o autor indiciado e tudo solucionado", garante.