Repercussão

Viúva de Naná lamenta saída do Maracatu da abertura do Carnaval

Eterna companheira do percussionista Naná Vasconcelos comenta a ausência do ritmo no pontapé inicial da festa no Recife

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 03/01/2018 às 19:48
Foto: JC Imagem
Eterna companheira do percussionista Naná Vasconcelos comenta a ausência do ritmo no pontapé inicial da festa no Recife - FOTO: Foto: JC Imagem
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“Estou chocada, muito triste com esse retrocesso cultural, Naná nunca aceitaria isso. Não esperava isso deles, foi anunciado outra coisa. Eles não entendem o trabalho que Naná deixou aí”: esta foi a reação de Patrícia Vasconcelos, viúva do percussionista Naná Vasconcelos, ao tomar conhecimento de que a já tradicional abertura do Carnaval do Recife, na sexta-feira (9/2), no Marco Zero, passou para a quinta-feira (8). Patrícia, que se mudou com a filha Lua Morena para Nova Iorque, afirmou que esta proposta de mudança tinha sido oferecida a Naná, no último ano em que fez a abertura, e foi recusada: “Vou escrever uma carta e colocar no site de Naná para que Todos saibam a minha opinião”.

Presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe) e do maracatu Aurora Africana, Fábio Sotero confirma que a quinta-feira foi a saída para os maracatuzeiros, já que a prefeitura ofereceu o Sábado de Zé Pereira para a apresentação dos maracatus: “Queriam que a gente fizesse este encontro de 16 anos, no rabo do Galo, pra começar quando o Galo encerrasse o desfile”.

A reunião entre maracatuzeiros e representantes da Fundação de Cultura aconteceu ontem, conta Sotero: “Eduardo Vasconcelos, secretário executivo, praticamente chegou com a proposta pronta. Esta reunião de hoje que deveria ter acontecido desde o inicio de dezembro. Já vieram com tudo esquematizado, e a gente ficou a ver navios. Houve alguns anúncios de que deveria ser tudo normal, como todos os anos. Eu senti como um golpe. Imediatamente pedi pra me retirar, porque não aceitava”.

ALTERNATIVA

Os maracatuzeiros sugeriram que fossem deixados a sós para tomar uma decisão. Restou a ele, diz o presidente da associação, aceitar mesmo a quinta-feira da semana pré: “Eles levaram pra estudar e no final da tarde aceitaram que fosse na quinta e não no sábado. Eduardo Vasconcelos deixou claro que a proposta dele era ou sábado ou nada. Ao meu ver, a gestão de Leda Alves não tem a menor preocupação com a cultura popular, a não ser os queridinhos dela que a gente sabe que existe”, acusa.

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