Apesar de seleções europeias abraçarem os descendentes de imigrantes de forma natural, jogadores de origens ligadas a países africanos ou de religião muçulmana costumam lidar rotineiramente com a desconfiança. Isso quando a frágil credibilidade que lhes é dada não é quebrada por demonstrações de racismo e preconceito. Na Copa do Mundo da Rússia, o caso mais emblemático, até o momento, foi o sofrido pelo atacante da Suécia Jimmy Durmaz, de 29 anos.
Depois de ser o autor da falta que culminou no gol de Toni Kross, na vitória alemã por 2x1, pela segunda rodada do Grupo F, ele passou a ser brutalmente hostilizado por torcedores suecos. Parte das pessoas que já vibraram com os momentos de boa atuação do atleta, decidiram invadir seus perfis em redes sociais para deixar insultos de cunho racial.
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Durmaz, que é filho de pai turco, foi chamado de imigrante de m..., de assassino suicida, entre outros insultos. “Ser criticado é algo que nos acostumamos a vencer. É parte do nosso trabalho. Mas o que fizeram é inaceitável. Sou sueco. Tenho orgulho de vestir esta camisa e defender essa bandeira. Seguimos unidos, estamos unidos”, declarou Jimmy Durmaz, em pronunciamento oficial à imprensa logo depois do episódio. No fim, todo o time da Suécia respondeu ao fundo: “Fod... o racismo”.
LUKAKU
Grande astro da seleção belga, o atacante Romelu Lukaku, de 25 anos, convive com esse tipo de situação desde os 11. Em relato ao site The Players Tribune, ele contou que, quando começou a se destacar nas competições de base, sua origem era sempre questionada. Assim como a sua idade, devido ao porte físico privilegiado.
De acordo com Lukaku, houve momentos em que ele teve de mostrar a identidade aos pais de outros atletas para provar que era belga e que tinha idade adequada para atuar no torneio em questão. “Quando as coisas estavam indo bem, eu era o avançado belga. Quando iam mal, eu era o descendente de congolês. Se você não gosta do jeito que eu jogo, tudo bem. Mas eu nasci na Bélgica. Cresci na Antuérpia, Liège e Bruxelas. Sonhei em jogar pelo Anderlecht (clube de Bruxelas). Eu sou belga”, declarou Lukaku, que é filho de pai e mãe nascidos no Congo.