eleições 2018

Paulo Câmara, finalmente, fala em 'quadro eleitoral'

Governador citou alianças em evento de posse de secretários no Palácio

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 29/09/2017 às 6:51
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Governador citou alianças em evento de posse de secretários no Palácio - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Em um evento administrativo que marcou a nomeação do PDT para a Secretaria de Agricultura, o governador Paulo Câmara (PSB) sinalizou que o “quadro eleitoral” de 2018 teve início ao mandar um recado para auxiliares, nessa quinta-feira (28), no Palácio do Campo das Princesas. “Eu sei que os momentos de início do quadro eleitoral, de disputas, de muito oba-oba, de muito disse-me-disse, isso acontece. Isso é natural, faz parte. Mas eu quero dizer e reafirmar a cada um dos senhores e senhoras aqui presentes e a toda a minha equipe: o nosso foco é governar Pernambuco”, afirmou o socialista ao discursar.

A dança das cadeiras no primeiro escalão do governo representou uma mudança no núcleo político do governo, com a troca de Antônio Figueira (PSB) por Nilton Mota (PSB) na Casa Civil, a mais poderosa das secretarias estaduais. Nilton deixou a pasta da Agricultura, que passará a ser chefiada por Wellington Batista (PDT), dando um espaço importante para o PDT, partido que esteve na chapa de oposição em 2014. Figueira chefiará a Assessoria Especial do Palácio. O antigo titular da área, José Neto, braço-direito do governador, passa a ser secretário-executivo da Casa Civil, podendo substituir Mota quando ele se desincompatibilizar, em abril, para disputar a reeleição para deputado estadual.

O recado político de Paulo veio após as duras queixas de aliados contra a nomeação de Nilton, que passará a liberar as demandas do Executivo com prefeitos e lideranças locais e disputará votos com os deputados da base. “Nosso foco é trabalhar em parceria com o parlamento, com os prefeitos, com as prefeitas, com a sociedade civil. Trabalhar para melhorar a vida do povo. E ninguém pode sair desse caminho. O caminho é olhar Pernambuco, é o povo de Pernambuco, é os serviços públicos oferecidos à população de Pernambuco. E o caminho é conversar, dialogar, sentar na mesa, ter transparência e, acima de tudo, ter entregas”, orientou o governador.

Para mostrar unidade e tentar reverter a sensação de que os deputados estaduais não gostaram da nomeação de Nilton, 18 parlamentares de diversos partidos compareceram à cerimônia que foi concorrida. O foco principal, porém, era na chegada do PDT à gestão. A posse contou com a presença do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e também com o grupo do partido que se fortalece para 2018, o deputado federal Wolney Queiroz e o ex-prefeito de Caruru José Queiroz.

AFAGOS

Na breve conversa com a imprensa, o governador garantiu que o objetivo das mudanças foi fazer os ajustes necessários para que os serviços públicos melhorem e possam ser ofertados com mais qualidade e rapidez à população. “O PDT e o PSB sempre foram partidos que aqui em Pernambuco estiveram juntos. Momentos de divergência foram pontuais. E hoje a gente tem, com a vinda do presidente e a entrada do PDT no nosso governo, é uma sinalização de que nós pensamos muito parecido. Nós temos mais convergências do que divergências”, afirmou o governador, ao ser questionado se a entrada do partido na administração era pensando em eleição.

Durante a troca do comando na Casa Civil, Paulo Câmara também afirmou que, sem articulação política não é possível o governo avançar tanto quanto deseja. O governador elogiou ainda o “trabalho bem feito com tanta paciência” pelo “doutor Figueira”. “Foram tempos difíceis, mas foram importantes”, afirmou o governador, que elogiou o espírito público do ex-secretário. Paulo Câmara enfatizou que suceder Eduardo foi um desafio que extrapolou qualquer previsão, diante do da crise econômica, política e ética sem precedentes que se abateu sobre o País.

Ao discursar, Nilton Mota também fez afagos aos deputados estaduais presentes e a Figueira. O ex-secretário da Casa Civil deixou o Salão das Bandeiras logo após o final da cerimônia, sem dar entrevistas.

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