Privatização da Chesf

Chesf: Paulo defende judicializar caso não haja diálogo sobre privatização

O governador Paulo Câmara esteve reunido com as Frentes Parlamentares da Câmara e da Alepe em defesa da Chesf no Palácio nesta segunda (2)

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Publicado em 02/10/2017 às 13:20
Felipe Ribeiro
O governador Paulo Câmara esteve reunido com as Frentes Parlamentares da Câmara e da Alepe em defesa da Chesf no Palácio nesta segunda (2) - FOTO: Felipe Ribeiro
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Atualizada às 14h01

O governador Paulo Câmara adotou um discurso mais duro com relação a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) em discurso nesta segunda-feira (2) no Palácio do Campo das Princesas, ao cobrar mais respeito por parte do governo federal e mencionar a possibilidade de judicialização do processo caso não haja diálogo. Paulo esteve reunido com integrantes Frentes Parlamentares da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) contra a privatização da Chesf e em defesa do Rio São Francisco. 

“Não vamos deixar isso acontecer sem diálogo e sem transparência. A judicialização está ali para isso, se não quer conversar, vamos forçar a conversa. Se toda vez que se judicializou e que houve a compreensão do fortalecimento do direito, em um instante sentou na mesa para conversar. E é isso que está precisando ser feito agora”, disparou o governador.

Haverá uma reunião das Frentes Parlamentares no próximo dia 15 de outubro com a nova procuradora Geral da República, Raquel Dodge para discutir sobre a privatização da companhia. 

Em agosto, o Ministério de Minas e Energia anunciou a privatização da Eletrobras, controladora da Chesf. A empresa passaria à iniciativa privada, mas a União permaneceria como acionista, embora com participação menor. O governo federal justifica a mudança alegando que a Eletrobras acumula um impacto negativo de R$ 250 bilhões nos últimos 15 anos.

Paulo Câmara se queixou da falta de esclarecimentos sobre o processo de desestatização, como em relação o impacto na conta de luz e ao comprometimento da disponibilidade hídrica do Rio São Francisco para irrigação e abastecimento humano. “Esse é um debate muito sério que precisa ser feito com respeito a população. E a gente não está vendo infelizmente, respeito, sentar na mesa, ter transparência, mostrar os números. Eu gostaria muito de estar errado, me mostre que eu estou errado. O que a gente está dizendo muito claramente, e que ninguém nega, é que esse processo vai sim aumentar a conta de luz dos brasileiros e vai fazer com que o Rio São Francisco não tenha mais nenhum controle em relação a projetos do futuro”, questionou Paulo.

Carta dos governadores

Em carta assinada pelos nove governadores do Nordeste à Presidência da República no dia 5 de setembro, os gestores estaduais demonstraram insatisfação quanto à privatização da Eletrobrás, mais especificamente em relação a Chesf. Na carta, eles pedem a exclusão da companhia do grupo Eletrobrás para torná-la uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Integração. 

Paulo questiona o governo federal, mas sem mencionar diretamente o Ministério de Minas e Energia ou o titular da pasta, Fernando Filho (PSB), a frente da privatização da Eletrobrás. "Até hoje, não ouvimos um sinal de diálogo por parte do governo federal. Será que nove governadores não merecem nem um telefone nem uma audiência, um encaminhamento? Isso mostra claramente que o que a gente colocou na carta, as nossas preocupações, elas estão corretas, é por isso que a gente não pode baixar a cabeça", afirmou Paulo Câmara. 

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