Férias com crianças neurodivergentes: 5 dicas para planejar atividades

Especialista orienta que avaliar as condições e planejar é o melhor caminho. As ações visam garantir bem-estar e diversão segura para os pequenos

Publicado em 07/01/2025 às 12:19
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Família de férias é sinônimo de momentos para estar junto e aproveitar com os filhos. No entanto, para quem convive com crianças ou adolescentes autistas ou com outras condições de neurodivergência, o planejamento é essencial.

Entre passeios e atividades, especialistas ressaltam a importância de manter a rotina terapêutica, evitando que o progresso conquistado ao longo do ano seja comprometido.

 

5 dicas para planejar férias com crianças neurodivergentes

A neurodiversidade compreende variações naturais no funcionamento cerebral, incluindo condições como Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH, dislexia, transtornos de ansiedade, entre outros.

Crianças neurodivergentes possuem necessidades específicas. Por isso, algumas ações podem facilitar esse período do ano e garantir uma diversão segura para as crianças e tranquilidade para os pais e responsáveis.

1. Avaliar as viagens

De acordo com Paula Chaves, psicóloga e gestora técnica da Clínica Mundos, especializada em neurodivergência, é preciso escolher destinos que respeitem as necessidades da criança.

Locais de menor estimulação sensorial, como o campo, podem ser mais agradáveis para crianças sensíveis a ruídos ou agitação.

“O segredo é avaliar previamente o ambiente e evitar condições estressantes, como superlotação”, explica.

2. Planejamento 

Embora viagens possam trazer novas experiências enriquecedoras, é preciso planejar com previsibilidade.

Segundo Chaves, muitas pessoas autistas se apegam à rotina, o que ajuda a lidar com o mundo ao redor. Alterar essa estrutura pode gerar desconforto ou sobrecarga sensorial.

“É importante fazer combinados, oferecer previsibilidade e respeitar os limites da criança para que toda a família aproveite de maneira positiva”, recomenda a especialista.

3. Mantenha terapias e medicação em dia

Profissionais de saúde alertam que o recesso não deve ser sinônimo de pausa nas terapias ou medicações.

Interromper o acompanhamento com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos pode levar a retrocessos significativos.

“As terapias podem ser adaptadas ao contexto das férias, incluindo brincadeiras orientadas no ambiente familiar”, sugere Chaves.

Quanto às medicações, devem ser administradas conforme orientações médicas, mesmo durante passeios ou viagens.

4. Atividades divertidas e ajustadas

Ao planejar brincadeiras, leve em conta os interesses e limites da criança. Atividades ao ar livre em locais tranquilos, como trilhas curtas ou construções na areia, são boas opções.

“Caso escolha lugares mais movimentados, leve itens como abafadores de ruído ou brinquedos favoritos para aliviar a ansiedade”, destaca Chaves.

No caso de brincadeiras aquáticas, supervisionar constantemente é indispensável. Use coletes salva-vidas e respeite pausas para evitar cansaço ou crises.

5. Previsibilidade

Mudanças de rotina podem gerar sobrecarga, agitação e outros sinais de alerta. Por isso, estabelecer uma previsão clara das atividades do dia é uma estratégia eficaz.

Fichas visuais e organização de horários regulares para refeições e descansos são boas estratégias.

Saiba mais no Videocast Saúde e Bem-estar sobre Neurodivergência

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