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Por Jamildo Melo e equipe

Diretório do PT no Recife orienta atuação 'independente' dos vereadores; bancada havia decidido fazer oposição a João Campos

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José Matheus Santos

Publicado em 08/02/2021 às 8:53
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação

Em reunião neste domingo (07), o Diretório do PT no Recife decidiu que a atuação da bancada de vereadores do partido na Câmara Municipal atuará de forma "independente" em relação ao governo de João Campos (PSB).

A posição é diferente da tomada pela bancada em janeiro, quando os três vereadores petistas definiram fazer oposição ao atual prefeito.

O Diretório Municipal do PT manteve, nos últimos anos, proximidade com o PSB, enquanto a bancada do PT na Câmara tem dois parlamentares mais críticos aos pessebistas, Jairo Britto e Liana Cirne, que são próximos à deputada federal Marília Arraes. Já Osmar Ricardo é da ala que defendia aliança com o PSB nas eleições de 2020.

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A posição do diretório do PT do Recife é semelhante à do diretório do partido em Pernambuco, que definiu a atuação da bancada de três deputados estaduais como "independente" em relação ao governo Paulo Câmara.

'Haddad presidente'

O PT do Recife também decidiu outras questões na reunião deste domingo. Entre elas, a prioridade para a construção de um projeto para uma eventual candidatura de Fernando Haddad a presidente nas eleições de 2022.

Haddad, ex-ministro da Educação, foi consultado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de ser candidato a presidente nas próximas eleições e disse ter aceitado a missão de "colocar o bloco na rua" desde já.

"Fortalecer o projeto unidade no campo das esquerdas e dialogando com os setores progressistas de nossa cidade, colocando o protagonismo do partido a serviço do debate democrático e popular construindo como prioridade HADDAD presidente do Brasil", diz trecho da resolução do PT do Recife.

Também ficaram definidas a defesa do "legado do PT", a luta pelo retorno do auxílio emergencial e da vacinação em massa para todos os brasileiros e o combate ao desemprego, à fome, ao desalento e à crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus.

O PT do Recife também classificou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como "destrutivo e nocivo ao país" e apontou que lutará pelas anulações das condenações de Luiz Inácio Lula da Silva para que os direitos políticos do ex-presidente sejam reestabelecidos.

Atualmente, Lula está inelegível em razão das condenações no âmbito da Operação Lava-Jato nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. A Lei da Ficha Limpa estabelece a suspensão dos direitos políticos por oito anos além da pena após condenação em segunda instância.

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Indireta a Marília Arraes

O Diretório do PT do Recife também lançou uma moção de apoio à direção nacional do PT e à maioria da bancada de deputados federais contra o que classificou como "atitudes que rompem procedimento estatutário do partido e afronta à democracia interna e decisões coletivas".

Na última quarta-feira (3), a deputada federal Marília Arraes perdeu, por maioria apertada de 24 votos a 22 e 6 ausências, a indicação oficial do PT para a disputa da Segunda-Secretaria da Câmara dos Deputados.

A parlamentar decidiu se lançar como candidatura avulsa, assim como o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG). Ou seja, foram duas candidaturas avulsas, além do candidato oficial petista João Daniel (PT-SE).

Marília venceu João Daniel no segundo turno, enquanto Paulo Guedes ficou em terceiro lugar no primeiro turno, não avançando para a nova etapa do pleito interno dos deputados.

Em 2020, o PT do Recife não defendeu a candidatura própria de Marília Arraes e reforçou a tese de se aliar ao PSB, de João Campos. A candidatura da deputada a prefeita foi determinação da Direção Nacional do PT.

Na campanha eleitoral, nos bastidores, a informação é de que os integrantes do PT local não se empenharam na campanha de Marília.

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