Basta de impostos

Décio Padilha volta a discutir reforma tributária ampla com Paulo Guedes em encontro na próxima semana

Nesta sexta-feira, Paulo Guedes disse que preferia não fazer a reforma, se não fosse o projeto do governo Federal

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Jamildo Melo

Publicado em 21/08/2021 às 10:07 | Atualizado em 21/08/2021 às 12:14
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O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal) se reunirá na próxima terça-feira (24) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir a Reforma Tributária.

"A nossa estratégia do comitê nacional dos secretários de Fazenda é mostrar em detalhes ao ministro, toda a evolução do projeto de Reforma Tributária Ampla que extingue os atuais 5 tributos sobre consumo do Brasil e cria o IVA, pois nos últimos quatro meses ocorreram várias reuniões coordenadas pelo relator e senador Roberto Rocha do PSDB do Maranhão, que trouxeram mudanças significativas em itens que o ministro Paulo Guedes resistia em 2020, em especial o Fundo de Desenvolvimento Regional e o Comitê Gestor do IVA", afirmou ao blog.

"No momento que o ministro conhecer a mais nova versão da proposta que traz o IVA Dual (parte fica com o governo federal e a outra parte com estados e
Municípios ), bem com o aspecto que o FDR-Fundo de Desenvolvimento Social é de Estímulo às Exportações será alimentado pela parte dos estados e municípios e não mais da União, penso que talvez as residências a implantar a Reforma Tributária Ampla reduzam, na medida em que o ministro Paulo Guedes ficará familiarizado com as alterações recentes"

O encontro foi acertado nesta sexta-feira (20), durante a segunda Sessão de Debates Temáticos sobre a Reforma Tributária realizada pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 110/2019.

Estão programadas mais duas sessões plenárias sobre a Reforma Tributária – a próxima na segunda-feira, dia 23, e última no dia 27.

Participaram do evento o secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, representando o Comsefaz; o ministro Paulo Guedes; o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto; e os presidentes da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, e da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), Edvaldo Nogueira.

Décio Padilha disse que o encontro foi proveitoso porque permitiu a apresentação da proposta do Comsefaz, que teve apoio unânime dos 27 governadores dos Estados e do Distrito Federal.

O horário da reunião com o ministro da Economia ainda não está definido. Décio Padilha, que coordena o Grupo de Secretários da Fazenda da Reforma Tributária, disse a Guedes que os secretários podem se reunir a qualquer tempo de terça-feira.

O ministro da Economia disse na sessão que está aberto a discutir com os secretários de Fazenda uma proposta que contemple os pontos defendidos por Estados e pela União.

O Comsefaz defende a Reforma Tributária ampla dos tributos sobre bens e consumo, com a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) a partir da extinção dos impostos federais (PIS, Cofins e IPI) e estadual e municipal (ICMS e ISS).

A ideia, explicou, é uma reforma que permita a simplificação e padronização do sistema tributário, com a implementação de um tributo no modelo de IVA (Imposto sobre Valor Adicionado) nos moldes do praticado pelas nações mais desenvolvidas.

Na sessão plenária, Décio Padilha adiantou que os secretários de Fazenda estão discutindo com o senador Roberto Rocha a adesão ao modelo de IVA dual, com um IVA federal, de competência da União, e outro de gestão compartilhada por Estados e municípios. O formato, porém, ainda será colocado para deliberação do Comsefaz.

Paulo Guedes disse na sessão plenária que governo federal mantém a proposta de reforma fatiada, com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) a partir da extinção do PIS e da Cofins.

RELATÓRIO DA PEC 110/2019

A proposta de criação da CBS também foi defendida na reunião pelo secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto. O senador Roberto Rocha informou na sessão que pretende apresentar o relatório na próxima semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ele reclamou do que classificou de “pouca vontade por parte do governo na discussão de uma reforma mais ampla”, e disse que o governo tem apostado em projetos isolados na Câmara, onde enfrenta muitas dificuldades, tanto em relação a mudanças no Imposto de Renda quanto na criação da CBS. “Vou apresentar de forma impreterível, na próxima semana, o meu relatório, cumprindo o meu papel como relator da proposta”, afirmou.

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