ataques à democracia

Deputado bolsonarista vai propor voto de aplauso para igreja evangélica do Recife que atacou STF, às vésperas de atos antidemocráticos

O poder Judiciário é o último esbarro contra o avanço do autoritarismo no Brasil e parte das igrejas evangélicas, beneficiadas pelo bolsonarismo, atacam às instituições da República

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Jamildo Melo

Publicado em 24/08/2021 às 10:52 | Atualizado em 24/08/2021 às 10:57
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O deputado estadual e coronel Alberto Feitosa (PSC) informou ao blog que irá propor um voto de aplauso para o arcebispo e primaz da Igreja Episcopal Carismática do Brasil, o pastor Dom Paulo Garcia, na ALEPE, pela "coragem de sua fala" ao "tecer críticas a ações autoritárias do Supremo Tribunal Federal", no último domingo (22) durante um culto na Catedral da Trindade, no Recife.

O religioso usou pautas conservadoras, algumas delas já julgadas em última instância pela Suprema Corte, para atacar os ministos do STF, às vésperas das manifestações contra as instituições da democracia, no feriado da Independência. No Brasil, Igreja e Estado são separados, o que se chama de estado laico. O inverso disto é a teocracia.

o ranço com o STF ficou evidente no meio da pandemia, quando as igrejas queriam abrir templos para não perder arrecadação dos dízimos e os Estados decretaram fechamento temporário. Na véspera da Páscoa, o ministro Kassio Nunes deu liminar, mas depois cassada pela maioria do Pleno, que defendeu as regras de distanciamento.

“Dom Paulo Bispo, parabéns pela coragem, pela serenidade e acima de tudo, pelo gesto que o senhor fez com todos os brasileiros” parabeniza Feitosa.

“Há uma escalada de autoritarismo em andamento no País e que, aparentemente, não há segurança jurídica nessa terra. Direitos individuais estão sendo suprimidos e quem emitir opinião diferente de um certo tribunal, composto por pessoas que não foram eleitas para nos governar, está sujeito à perseguição e à prisão", declarou Garcia.

Na avaliação do deputado, a fala do pastor refere-se às recentes decisões de ministros do STF contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, ressaltando que a cada dia novos casos de censura da liberdade de expressão está sendo feito, mesmo sendo vedado pela Constituição Federal.

Em seu pronunciamento, o pastor falou que o Brasil estaria vivendo em um momento muito grave e declarou que é contra a ideologia de gênero, da sexualização da criança, que não é a favor da legalização do aborto e da corrupção, e por fim, conclamou a Igreja e todos os cristãos para lutarem pela liberdade e em especial, pela fé.

 

 

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