No Recife para cumprir agenda do Ministério do Turismo no Paço do Frevo, Gilson Machado Neto concedeu entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo. O ministro, um dos mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro (PL), falou sobre entregas da pasta, o cenário político em Pernambuco e sua possível candidatura, não confirmada por ele, mas já dada como certa por aliados no Estado.
Ao ser questionado se a candidatura em Pernambuco, ainda não definida se ao Senado ou ao Governo do Estado, foi passada como uma "missão" por Bolsonaro, o ministro desconversa.
"Essa missão está sendo o Turismo, fazem oito meses que não tenho fim de semana", comentou. Ele disse, ainda, que o Ministério do Turismo era usado como moeda de troca com partidos políticos em outras gestões.
O blog apurou com interlocutores do governo Federal que o plano é deixar o ministério para concorrer ao governo do Estado em março, próximo ao prazo final de desincompatibilização para cargos eletivo. O ministro João Roma para o governo da Bahia e Rogério Marinho, no governo do Rio Grande do Norte, são outros exemplos de aliados que receberam a missão de defender o Bolsonarismo no Nordeste, em 2022, de modo a compensar a perda de votos em outras regiões, além de fazer o enfrentamento do lulismo no Nordeste.
Na entrevista, Gilson Machado também critica colegas que, ao passarem por algum ministério, consideraram concorrer a cargos longe do palanque do presidente, em uma virtual referência a Sergio Moro, que ficou pouco mais de um ano no Ministério da Justiça, antes de sair.
"Sei que meu capital político é de Bolsonaro, sou leal a ele para tudo que precisar. Mas fico feliz em ver meu nome, tanto pro Governo quanto para o Senado, em primeiro lugar nas enquetes". O chefe do Turismo não citou as enquetes as quais se referia.
Questionado sobre os pré-candidatos de direita em Pernambuco, ele descascou os nomes já postos.
"O conservador de direita sabe quem é Bolsonaro e quem não é. Quem dá o primeiro sintoma são os próprios candidatos. Temos Raquel Lyra, Anderson Ferreira e Miguel Coelho. Bote nas redes sociais deles e veja se tem foto com o presidente", sugeriu.
Apesar da crítica a Miguel Coelho (DEM), Gilson Machado poupa Fernando Bezerra Coelho (MDB), que deixou a liderança do governo no Senado.
O ministro diz que o parlamentar fez um grande trabalho na pandemia e na PEC dos Precatórios.
"Tudo é cíclico, mas não tenho dúvida que ele continua conosco na base de apoio, que ele é uma peça fundamental para o governo Bolsonaro".
Ao responder sobre quem seria o melhor candidato da situação (PSB) para os conservadores enfrentarem na eleição ao Governo de Pernambuco, ele deixa escapar sua candidatura.
"Não escolho adversário".
Depois, o ministro continua e tenta disfarçar.
"A gente, conservador, não escolhe adversário. Tem que dar a chance de ter um conservador, qualquer um que vier. Isso é democracia, nossa festa democrática".