O advogado Orlando Di Giacomo Filho, de 72 anos, faleceu de câncer no ano de 2012. Mas o que muitos descobriram apenas neste mês de dezembro é que o homem deixou uma herança no valor de R$ 16,4 milhões, em duas grandes doações, para o Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e para o Hospital Sírio-Libanês, onde ficou hospitalizado.
Saiba detalhes da herança
Orlando estava à frente do escritório Demarest e exercia uma posição de prestígio na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo. Ele fez tratamento no Hospital Sírio-Libanês para um tumor localizado em seu pulmão. Os valores doados a ele para as instituições são equivalentes a 90% de todos os bens do advogado.
Os seus outros 10% foram divididos entre os afilhados e pessoas mais próximas do homem, já que ele não tinha filhos e não era casado. Pessoas próximas a Orlando contaram que ele decidiu doar quase todo o seu patrimônio após conhecer de perto a realidade de muitos pacientes do hospital. Em seus três últimos anos de vida, ele enfrentou um câncer de pulmão fatal.
Paulo Hoff, oncologista no Sírio-Libanês e diretor-geral do Icesp, foi uma das pessoas que chegaram a viver ao lado de Orlando durante todo o período de tratamento. O médico disse ter ficado completamente surpreso com o ato de generosidade.
"Ele era um paciente agradável, bom de conversa. Demonstrava curiosidade pelos tratamentos e preocupação social, mas nunca revelou que faria um gesto dessa magnitude", explicou o profissional.
Doações de Orlando
Ninguém mais se encontrava ciente das doações além de Altamiro Boscoli, que trabalhou por 47 anos ao lado de Orlando. O homem ficou responsável por fazer o desejo do advogado ser finalmente realizado. Altamiro e sua esposa acompanharam o homem em seus últimos dias de vida. "Éramos quase irmãos. Orlando era extremamente cordial; vivia para cultivar amigos", lembrou.
Altamiro também conta que o seu aniversário, em 2012, foi um dia bastante triste, já que foi a data em que perdeu o seu grande amigo de trabalho. "Um dia ficamos animados porque ele conseguiu sair da cama e caminhar até a poltrona. Disse que iríamos brindar. Comprei um bom vinho italiano e levei para ele, mas não deu tempo", contou.
O médico que acompanhou Orlando durante todo o seu tratamento conta que o dinheiro havia chegado em uma boa hora para o hospital. De acordo com ele, a sede do hospital havia sido construída há cerca de 30 anos e estava precisando de muitas reformas para garantir a segurança das pessoas que frequentam o local.
A doação que o advogado fez foi utilizada para fazer a troca do revestimento externo, reforma dos auditórios e outras necessidades urgentes.
Informações: Correio Braziliense.