Em entrevista, ex-executivo de futebol do Sport se exime de erros e abre o jogo sobre acontecimentos recentes
Durante live com o canal Eu Pratico Sport, o ex-executivo do Sport Felipe Albuquerque contou sobre o motivo da sua saída
Em meio ao desmonte do departamento de futebol do Sport, o ex-executivo Felipe Albuquerque, que havia se desligado do clube na última sexta-feira (24) - antes das bombas relacionadas aos jogadores Pedro Henrique, Saulo, Aguirre, Vander e Jéferson estourarem -, abriu o jogo sobre os acontecimentos recentes no clube rubro-negro durante entrevista aos repórteres Allessandro Matias e Pedro Maranhão, do canal Eu Pratico Sport.
"Eu procurei o Nelo na sexta-feira e pedi o meus desligamento ao clube. Na verdade, eu já vinha amadurecendo essa ideia há algumas semanas, iria fazer quinta-feira, na Arena de Pernambuco, não encontrei o momento mais propício. Na sexta-feira eu já não trabalhei... O que me tirou do Sport não teve ligação com essas situações, até porque o erro do Saulo só é detectado no sábado, o erro do Wander e do Aguirre só foi detectado no domingo, e a situação do Pedro Henrique só vem a tona na segunda-feira. Então não tem nenhum tipo de ligação (com o ex-executivo)", explicou Felipe Albuquerque.
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Entre os acontecimentos dos últimos dias, uma série de prints vazados rodaram pelas redes sociais de um grupo no Whatsapp que envolvia o ex-executivo, o então vice de futebol Nelo Campos, a gerente de futebol Luana Moreno e o supervisor Mauro Branco. Na conversa desse grupo, era debatido o caso do zagueiro Pedro Henrique, que havia disputado cinco partidas pelo Internacional, mas recebeu dois cartões amarelos em outras partidas que estava no banco de reservas. Dessa forma, se consumaria o fato de ter atuado em sete partidas, não podendo ser transferido para nenhum outro clube da Série A.
"Vejo (o vazamento) com muita tristeza. Eu acho antiético você printar um grupo de trabalho. Naquele grupo só estavam eu, o Nelo, Luana e Mauro. Era um ambiente profissional. Então isso já mostra um pouco de tudo que o Sport está passando, porque tudo do Sport vaza, absolutamente tudo. Não me agradou em nada, quando desembarquei e recebi aqueles prints de um colega de trabalho. Não acho que seja a melhor maneira. Você não vai solucionar o problema e também não vai corrigir o erro vazando o print de uma conversa", comentou Felipe.
Confira a entrevista completa:
O ex-executivo também deixou claro que a função de inscrever os jogadores do Campeonato Brasileiro era exclusiva da gerente Luana Moreno, enquanto ele, Mauro Branco e o próprio Nelo não acessavam o sistema. Entre os casos que vieram a tona desde o último sábado, a falta de inscrição do goleiro Saulo - que estava no clube há mais de 40 dias - e dos meias Nicolas Aguirre e Wander era algo que até o próprio Felipe não conseguia explicar, além do caso de Jéferson, que também não poderá atuar pelo Leão.
"Como o Saulo não havia sido convocado nenhuma vez, ele não foi inscrito até a data limite. É usual que se faça. Tanto é que o erro só é detectado no sábado (25), porque o atleta só é convocado na sexta-feira (24). Por isso que só ele é detectado. Mas na verdade, na sexta-feira, todos os atletas que estavam treinando com no grupo principal deveriam ter sido inscritos. E o porquê de não terem sido inscritos, aí essa pergunta tem que ser feita para a pessoa responsável por isso", ressaltou.
"Quanto ao Jeferson, é outra questão completamente diferente. Existiu, ali, um erro de documentação. A CBF não reconheceu a assinatura eletrônica do presidente. Mas eu não sei tanto porque eu já não estava dentro, não tratei da documentação dele, não foi algo que passou por mim", concluiu Felipe.
Sabotagem?
O ex-executivo falou também da fragilidade na equipe que cuida do futebol do Sport. Sem um processo estrutural definindo, o clube rubro-negro acabou sendo vitima da própria organização. Por outro lado, ele também não acredita que houve uma sabotagem interna para prejudicar a atual diretoria.
"Não acredito em sabotagem. Eu disse da fragilidade da equipe e os fatos por si só já dizem o que as minhas palavras são capazes de falar em relação aos fatos. Teve ali a não regularização do Jeferson, a não inscrição do Saulo, do Wander e do Aguirre. Eu falei ao Nelo e a duas testemunhas, o que me tirou do Sport foi justamente essa falta de estrutura, estrutura de processo... Eu não consegui, nesses quase 60 dias que passei no clube, melhorar processo, não tinha autonomia para isso. Não pode um clube, da grandeza do Sport, não ter processo tão bem estabelecidos e, por vezes, cometer erros dessa natureza", explicou.