Em ano para se esquecer, o Santa Cruz enfraquece relação com seu torcedor
Em 2021, o Santa Cruz teve o pior ano da sua história
“Decepção”, “revolta”... Esses são alguns sentimentos que perduram na torcida do Santa Cruz neste final de 2021. O clube, que tem a Cobra Coral como mascote, acabou caindo no próprio veneno, tropeçando nas próprias pernas, e fazendo com que o torcedor, principal patrimônio do Santa Cruz, voltasse contra ele.
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O rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro já era suficiente para que isso acontecesse, mas a sobrevida, que poderia ter sido conquistada com uma possível vaga na Copa do Nordeste, acabou escapando pelas mãos com a derrota para o Floresta na última terça-feira (19).
“O sentimento do torcedor é decepção, infelizmente. Fruto da irresponsabilidade dos dirigentes, infelizmente é isso o que acontece. Se você pegar todos os predicados negativos, o torcedor está passando por esse sentimento hoje. Não para estar, pela grandeza que o Santa Cruz tem, pelo campo que tem, sua história...”, disse o Tricolor Flávio Pereira, que trabalha como comerciante.
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Sem jogo marcado para o resto do ano, o Santa Cruz só poderá fazer as pazes com o torcedor apenas em 2022. E precisa urgentemente, já que o primeiro e único encontro com os Tricolores no estádio acabou num lamentável episódio de invasão e tentativa de agressão do torcedor para com o elenco Coral, além da depredação da porta de acesso aos vestiários e cadeiras da Arena de Pernambuco.
“(O sentimento é de) Revolta, porque a torcida que o time do Santa tem não merece isso, não. Torcida grandiosa, uma das maiores do norte-nordeste e está passando por isso, de novo. A gente não merece isso, mas fazer o quê. Somos guerreiros e vamos à procura da felicidade, hoje ou amanhã, vamos ver no que é que dá”, disse o Tricolor e também comerciante Américo Tenório.
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A partida da última terça-feira tinha tudo para ser perfeita. Foram mais de 3.500 ingressos vendidos, um reencontro que talvez nem o próprio Santa Cruz merecia, após o rebaixamento para a Quarta Divisão. “O torcedor do Santa Cruz nunca deixou de apoiar. Se disser que deixou, é mentira”, completou Américo.
É como diz a canção, cantada pelos Tricolores, “nunca vou te abandonar”. E não abandonou, mas o resultado dentro de campo acabou jogando fora a reciprocidade que o público esperava. Na ocasião, o torcedor do Santa Cruz foi “do céu ao inferno” várias vezes, até terminar dentro do campo, do jeito que ninguém queria que terminasse.
E AGORA?
Talvez seja impossível imaginar que o torcedor se afaste do Santa Cruz. Claro, o calejamento fará com que o Tricolor esteja constantemente em estado de protesto. As faixas das torcidas voltaram a ficar de cabeça para baixo. E a última vez que isso aconteceu, foi quando o clube esteve na mesma situação em 2009, disputando a Quarta Divisão. O protesto só acabou em 2014, quando o clube se tornou centenário e voltou a jogar a Série B do Campeonato Brasileiro.
Agora, com um calendário escasso e possível punição com perda de mando de campo na Série D, são menos oportunidades para que o Santa Cruz confraternize com seu torcedor no Estádio do Arruda.