Após a aquisição do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno, um novo termo passou a ser bastante utilizado para explicar como um time pode ser comprado por investidores: SAF. A sigla é uma abreviação de Sociedade Anônima do Futebol e se refere à Lei nº 14.193/2021, que transforma as equipes oficialmente em um Clube-Empresa.
Isso significa que a entidade esportiva dá a investidores garantias legais de seus aportes, que podem ser feitos tanto em menores porções, como na venda de pequenas ações, quanto de maneira mais grandiosa, como a compra de um clube, como o Fenômeno fez na Raposa e a Red Bull no Bragantino.
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Mas o que muda quando o clube transita para o SAF? A maioria dos clubes brasileiros hoje são associações sem fins lucrativos. Adotando o sistema, o time passa os ativos (lucros) para a empresa, assim como os passivos (dívidas). Há uma separação do futebol em relação à parte social. O modelo possibilita diferentes formatos e vários tópicos precisam ser debatidos internamente pelos clubes antes de a mudança ser efetuada, como a porcentagem a ser negociada.
A gestão de um clube nos moldes empresariais tem a vantagem de ser mais ágil, menos burocrática na tomada de decisões e mais cuidadosa e responsável com os próprios gastos. O clube-empresa tem um dono e o dono vai responder diretamente pelos prejuízos caso o clube venha a tê-los.
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O caminho para adotar à Sociedade Anônima do Futebol é através do Conselho Deliberativo de cada time. O assunto precisa ser votado e aprovado para que haja a efetivação do projeto. Além do Cruzeiro, o Red Bulls Bragantino (já citado acima) e o Cuiabá são as outras equipes brasileiras que já são empresas. Os paulistas venderam o clube à multinacional de energéticos, enquanto os mato-grossenses negociaram com a Drebor, uma fábrica de recapagem de pneus.
No mês passado, o Athletico-PR aprovou em seu conselho a transformação do clube em SAF e nos próximos meses se tornará oficialmente um clube-empresa. O Coritiba e o Botafogo são outros que já tem reunião marcada para a votação. Os gestores do América-MG e da Chapecoense também colocaram o tema na pauta, mas ainda estão nos estágios iniciais.