O presidente da Fifa, o suíço-italiano Gianni Infantino, saiu em defesa do atacante brasileiro Vinícius Júnior após o mesmo sofrer mais um ataque racista durante jogo do seu time, o Real Madrid, contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol.
Em comunicado, publicado nesta segunda-feira (22), menos de 24 horas após o incidente, Infantino falou:
"Total solidariedade a Vinícius. Não há lugar para racismo no futebol ou na sociedade e a Fifa apoia todos os jogadores que se encontram em tal situação".
Além disso, o mandatário da entidade máxima do futebol falou que, em casos de racismo, a partida deverá ser paralisada.
“Os eventos durante a partida entre Valencia e Real Madrid mostram que isso precisa acontecer. É por isso que o processo de três etapas existe nas competições da Fifa e é recomendado em todos os níveis do futebol.
“Primeiro, você para o jogo e o anuncia. Em segundo lugar, os jogadores saem de campo e o alto-falante anuncia que, se os ataques continuarem, o jogo será suspenso. O jogo recomeça e, em terceiro lugar, se os ataques continuarem, a partida vai parar e os três pontos vão para o adversário.
Estas são as regras que devem ser implementadas em todos os países e em todas as ligas.
Claramente, é mais fácil falar do que fazer, mas precisamos fazer e precisamos dar apoio a isso com base na educação”.
p>O jogador recebeu xingamentos de "macaco" por parte de torcedores do time adversário localizados atrás do gol defendido pelo Valencia e reagiu apontando para um homem que teria sido o responsável pelos atos criminosos.
As imagens captam o momento em que Vini Jr aponta para o torcedor e diz "És tu, és tu! Me chamou de 'macaco' e fez assim", disse o brasileiro imitando o lamentável gestual do qual foi vítima.
Não houve paralisação da partida por parte da arbitragem, nem envolvimento das autoridades policiais em campo após a acusação e o jogo foi retomado "normalmente".
Posteriormente, em outra confusão, agora envolvendo os jogadores, Vini Jr foi empurrado pelo atacante Hugo Duro, revidou com o braço no rosto do rival e posteriormente recebeu um "mata-leão" do mesmo.
O árbitro foi chamado para rever o lance no VAR, mas, curiosamente, só lhe foi apresentada a imagem do momento em que o brasileiro atinge Hugo Duro no rosto, com o "mata-leão" sendo completamente ignorado. Resultado, Vinicius Júnior expulso.
Após tantos episódios lamentáveis na partida, que se somam a alguns casos presenciados em outros jogos de La Liga, Vinicius Júnior desabafou em suas redes sociais e falou até mesmo em deixar a Espanha, e consequentemente, o Real Madrid, se for preciso.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas.
Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.
E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.”