O Sport chegou para a Série B deste ano com status de favorito ao acesso. Credencial para isso havia, afinal o time fez uma bela campanha na Copa do Nordeste e conquistou o título do Pernambucano com sobras, enquanto os rivais sucumbiram perante os interioranos. Além disso, a própria equipe apresentava um bom futebol, que convencia a torcida.
O mérito disso? Claro que do técnico Enderson Moreira e de seus jogadores. É preciso ser feita justiça disso.
Mas assim como o treinador era o "culpado" pelo bom momento, também é responsável pela tragédia que o time virou na reta final da Série B. Gols a rodo tomados no primeiro tempo, vacilos em lances vitais dos jogos, falhas bisonhas da equipe e queda de rendimento de jogadores antes incontestáveis, como Vágner Love. Tudo isso está na conta de Enderson, que assiste tudo e insiste nos mesmos erros como se não enxergasse o desfecho da trajetória que o time tomou.
A verdade é que o Sport se perdeu após a saída de Luciano Juba. Sem um dos principais jogadores, Enderson não soube como achar um novo formato de time com as peças que tinha. É verdade que não houve uma reposição à altura para Juba, mas o técnico rubro-negro tomou decisões ainda piores e insistiu nelas com uma fé até certo ponto exagerada. Uma inércia que não combina que a urgência do acesso para os rubro-negros.
É óbvio que Enderson não é um técnico incompetente. A carreira dele merece respeito e é consolidada como de sucesso. Até mesmo sua passagem pelo Sport é avaliada como positiva. Mas é fato que essa reta final do Leão é apática e o treinador rubro-negro carrega essa responsabilidade, afinal ele é quem tem a capacidade de fazer as coisas mudarem. Tempo ainda há. O Sport só depende dele, mas precisa quebrar esse clima de inércia para ontem.