Se você utiliza as redes sociais ou aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, já deve ter se deparado com alguma receita milagrosa, que promete acabar com o novo coronavírus, ou então com informações duvidosas sobre a origem da pandemia. Em meio à apreensão causada pela disseminação da covid-19, as fake news têm se espalhado em grande velocidade. Para combater as notícias falsas, o Projeto Comprova reuniu 24 veículos de comunicação de todo o País, entre eles o Sistema Jornal do Commercio, para checar informações que viralizaram sobre o tema.
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O projeto foi criado em 2018 para combater a desinformação durante as eleições presidenciais. No segundo semestre de 2019, os trabalhos foram retomados, verificando conteúdos suspeitos que circulavam nas redes sociais sobre políticas públicas no âmbito do governo federal. Das 77 verificações realizadas em 2019, 88% mostram que o conteúdo era falso, enganoso ou estava em um contexto equivocado. No último dia 25 de março, o grupo voltou a se dedicar a apurar fake news, desta vez com foco no novo coronavírus.
Em uma semana de trabalho, o Comprova já checou informações que circulam pelo Brasil e pelo mundo. Mostrou ser falsa a notícia sobre a morte de 232 crianças na Itália em decorrência do vírus e que Israel não controlou a covid-19 sem o distanciamento social, como dizia uma mensagem veiculada em redes sociais. Os jornalistas também apuraram ser falsa a notícia sobre a etapa máxima de infecção ocorrer em 3 de abril, além de comprovar a falsidade de um formulário que circula pedindo dados dos cidadãos para o recebimento de benefício emergencial.
“Entendemos que era nosso papel voltar a fazer verificações sobre esse tema tão importante e aproveitar nossa capacidade de checagem e disseminação de conteúdos verdadeiros para levar às pessoas informações sobre conteúdos suspeitos que estão circulando nas redes sociais sobre esse tema (covid-19)”, defende Sérgio Lüdtke, editor do Comprova.
Segundo ele, está cada vez mais difícil verificar a autenticidade dos conteúdos. “Eles se abastecem ou utilizam informações verdadeiras, para construir uma narrativa falsa com parte de verdade. As pessoas já estão preocupadas e angustiadas, é difícil pedir para que elas desconfiem de tudo, mas orientamos que busquem fontes de maior credibilidade, para que não caiam em armadilhas que possam causar danos e, às vezes, um dano grave contra a vida das pessoas”, conclui.
A opinião é compartilhada por Laurindo Ferreira, diretor de redação do Jornal do Commercio. “Somos parceiros do projeto. É uma reação sempre necessária do bom jornalismo, de marca e de credibilidade, contra a proliferação das fakes news. O momento exige porque estamos lidando agora com um tema urgente da saúde pública quando informação correta pode salvar vidas”, argumenta.
O expediente especial sobre o novo coronavírus conta com patrocínio de Google News Initiative (GNI), Facebook Journalism Project, First Draft News e WhatsApp e apoio da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Informações podem ser enviadas ao Comprova através do site (projetocomprova.com.br) ou do WhatsApp (11 97795-0022). Para acompanhar as verificações que serão produzidas, basta acessar o site do projeto e as redes sociais (Twitter e Facebook).