Registros oficiais de covid-19 representam 8% do número real de casos, diz estudo

Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes superiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde
Estadão Conteúdo
Publicado em 13/04/2020 às 19:10
"Nosso estudo demonstra que os pacientes pré-sintomáticos têm alto desprendimento de carga viral", concluíram os pesquisadores Foto: GETTY IMAGENS


Os registros oficiais de Covid19 no Brasil representam apenas 8% do número real de casos, de acordo com projeção do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), divulgados nesta segunda-feira, 13. Os índices verdadeiros seriam até 12 vezes superiores ao divulgado pelo Ministério da Saúde e poderiam já estar beirando os 300 mil.

>> Pernambuco vai prorrogar o fechamento de praias e parques por conta do coronavírus, diz procurador-geral

>> 377 profissionais da saúde já foram diagnosticados com coronavírus, diz SES-PE

>> Brasil atinge 1.328 mortes e 23.430 casos confirmados de coronavírus

>> Coronavírus é dez vezes mais letal que H1N1, diz OMS 

 

O percentual de notificações está ainda mais baixo do que a média nacional em São Paulo (6,5%) e no Rio de Janeiro (7,2%) - os dois estados que reúnem a grande maioria dos casos do novo coronavírus. De acordo com a nota técnica, "o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal".

O objetivo dos pesquisadores é, justamente, alertar para a importância da testagem em massa e do fornecimento de dados mais consistentes. "O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus, mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social", afirmou o pesquisador do Nois Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital. "À medida que a subnotificação aumenta, um número maior de pessoas pode relaxar na questão do isolamento social e, com isso, aumentar as taxas de contágio da doença."

Além disso, explica, o conhecimento da real dimensão da epidemia é fundamental para as autoridades de saúde dimensionarem os equipamentos necessários (como leitos de UTI, ventiladores, entre outros) e implementarem políticas de isolamento mais eficientes, centradas nos locais de maior prevalência da epidemia.

Casos em Pernambuco 

Nesta segunda-feira (13), Pernambuco teve mais um novo recorde no número de casos da covid-19. Foram registrados 194 novos casos confirmados e o número de óbitos também aumentou. Agora, são 102 mortes confirmadas pela doença em todo o Estado.

>> Sobe para 102 o número de mortos e 1.154 infectados por coronavírus em Pernambuco; Estado tem novo recorde diário de casos e óbitos

>> Bebê de sete meses morre vítima de coronavírus em Pernambuco

Assine a nova newsletter do JC e fique bem informado sobre o coronavírus

Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

TAGS
coronavírus covid-19 saúde
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory